sexta-feira, novembro 30, 2007

jongueira, onde está vc nessa noite de sexta? em que roda de fogo, em que letra de alceu, em que taça de vinho continuarei te perdendo, jongueira? tudo tão nítido, até quando? por todo o sempre, responde-me com esses dentes brancos na minha mente de gelo. tudo tão puro e tão sensual, brinquedo artesanal, bolha de sabão, lamento de viola, maçã. ano que vem, jongueira, lá estarei, no festival, à procura de uma saia comprida, uns pés descalços, uns cabelos castanhos dançantes, um sorriso de menina e um bailado de mulher. temo não estares lá, minha jongueira eterna, então tudo terá sido a vida e o medo de ousar.
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ditinho joana mandou-me o que a ausência de uma câmera digital impede de lhes mostrar. uma obra de arte, exclusiva, inspirada no meu pai, uma energia boa, uma felicidade de olhar e de sentir com a ponta dos dedos, de levinho, os sulcos, as reentrâncias todas. valeu cada um dos muitíssimos centavos, se eu não puder fazer uma suposta extravagância dessas, teria o dever moral de largar tudo e tentar algoutro. confirmei com isso que eu gosto verdadeiramente de arte, mas da minha arte, caipira, local, presente nos raiozinhos invisíveis que ligam a planta dos meus pés à minha vida vivida até aqui, em cada um dos dias, entre os meus. chuto de bico a erudição, afago a verdadeira cultura em meu peito. kultur, friend'o'mine, fruta suculenta, paixão e paz de entardecer.
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ditinho joana ao telefone: se vcs gostaram eu gostei mais ainda. esse carinho o artista sente e o trabalho ganha as bençãos de Deus que transformam em alegria o que a gente faz.
Puta que o pariu, como é bom acertar às vezes!
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ditinho joana, falo sério quando digo que vou voltar ao teu ateliê e vou pedir um café com prosa. Deus abençoe São Bento do Sapucaí, o Bairro do Quilombo, a casa, a família e o próprio Ditinho Joana.
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vontade de dormir tocando viola e sonhando com o jongo difuso e ondulante.
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Viva o Brasil, viva a cultura paulista, viva eu.
viva tudo.
e viva o chico barrigudo.
comprar leite, jornal e papel higiênico. era o que vinha escrito no papelzinho de agora há pouco, a caminho da vendinha. pensei então três coisas, em seqüência:
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a. esse bilhete é o hai kai do ciclo da vida;
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b. meus créditos de carbono pessoais eu consigo irrisoriamente com a minha boa aquisição do ano. a sacola colorida de supermercado: quando comprei um carro novo, que, apesar de novo, não deixa de ser um soltador de fumaça, todos me felicitaram. quando compro uma simples sacola que dispensa sacos plásticos poluentes, sou olhado de revesgüelo por esses mesmos todos;
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c. li não sei onde (talvez tenha até criado) que um bom general sempre traça uma rota de fuga, uma saída de emergência pela direita, como o leão da montanha. pois bem. a minha sempre foi: se tudo der errado, se acontecer uma catástrofe, eu vou pra bela vista, o sítio do meu vô, plantar café e criar gado, com uma espingarda e um cão bravo e só terei contato com a humanidade uma vez por semana, quando descerei pra cidade com meus produtos pra trocar por outros tantos. chamarei um padre pra decretar um campo santo, pra lá jogarem meus ossinhos, do lado dos ossinhos do meu cão bravo. pois bem. até o sítio do meu avô perdeu essa solidez suprema e exclusiva, nesse planeta. está em inventário e minha parte um dia seria de 0,00003%, se não tivessem vendido até então. pois bem. li em outro lugar que o ser humano prima pela adaptação. então, declarei hoje minha nova rota de fuga, meio capenga, é verdade, porque duraria no máximo alguns dias, mas que se resume num versinho daquela dupla que esqueci o nome: vou pra porto alegre, tchau.
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e assim a minha ida à vendinha voou (sinto que hoje vai ter avalanche de post).

quarta-feira, novembro 28, 2007

desde criancinha.
tchê!


terça-feira, novembro 27, 2007


com as páginas devidamente cheiradas, ao fazer-se ventinho. textura, vá lá, aprovada também.

domingo, novembro 25, 2007

susto.


e rápido!
***
ao acordar foi assim que me vi no espelho. misême aliviou a barra, dizendo que as bochechas não estão assim, assim, tb. Agora, pensando na estrutura de sua frase, com dois assins, vejo que ela não deixou de me chamar de bochechudo. E agora quando me chamarem de papudo não vai ser por eu contar vantagem.
Isso tudo é fruto de uma vitamina, cujos ingredientes são sedentarismo, alfajores, hambúrgueres e compostos vegetais protegidos perante o INPI, batidos no liquidificador com dose extra de açúcar.
***
o tempo urge.

um fato.

Fórmula 1 2007

Sábado, 24 de novembro de 2007, 14h43

Pole, Nelsinho supera Schumacher e Massa

Fabrício Escandiuzzi
Especial para o Terra

***
aiai

sexta-feira, novembro 23, 2007

sexo quente orgasmos múltiplos orgias menage swing

Liga não, gente, é só um teste.
Se uma simples menção à vizinha pelada gerou umas vinte visitas pelo google, quero só ver o que acontece agora.
E vcs que vieram por isso, desculpaí, mas vcs foram devidamente... testados.

Pra Adri Baldino: TONHETA.

Não, a Adri B. não é a tonheta. Adri B. é uma das minhas amigas gaúchas, tem glamour e dez dedos, cinco em cada mão. Ela quer saber quem é a tonheta. E a tonheta é essa, lê só:
Se eu fosse só mais um pouquinho pernóstico, eu diria que ela é uma personagem felliniana. Mas como eu não sei realmente o que é uma personagem felliniana, eu digo que a Tonheta é a bondade. Moh legal, ela (tá, essa foi uma provocação pra Adri B., vamos voltar à história). Uma velha italiana, ficou solteira porque se recusou a ter outro homem que não o soldado (será que era soldado mesmo?) por quem foi apaixonada quando moça e que sumiu. Tonheta tem uns 80 anos, tem os cabelos pretos e armados, invariavelmente com uma fitinha enfeitando, usa batom vermelho e vestido até a canela. Anda devagarzinho, pois é acima do peso. Adora doces e tudo o que não se pode comer porque faz mal. Tonheta mora no beco onde passei boa parte de muitas férias. Cuida de uns quinze cachorros e gatos, fala palavrão de um jeito doce e vê o futuro.
Sim, Tonheta é uma vidente. E vai gente de vários lugares pra ler a mão, as cartas, não sei bem, com a Tonheta. Tonheta não cobra, mas aceita presentinhos. E assim passou a vida com conforto, embora seja uma senhora extremamente simples. Cuidava de nós, crianças que jogavam taco no beco, com o mesmo carinho que cuidava de seus sobrinhos e, claro, dos cachorros e gatos.
Ela me chama de Zé Luiz, desde que me entendo por gente. Aí eu falava que Zé Luiz é meu tio e ela se surpreendia: mas são a mesma cara! Hoje eu respondo por Zé Luiz na boa. Até pq estou ficando tão careca quanto e, realmente, pareço o cara.
Tonheta me benzeu certa vez, quando eu era criança. Mandou eu fazer o pelo-sinal, passou o polegar de uns jeitos estranhos na minha testa, rezou uma ave-maria e um pai-nosso, falou algumas palavras boas e aí me deixou voltar a brincar.
Tonheta é tão boa que só fala as coisas boas que vê do futuro da nossa família. E tudo acontece. As coisas ruins ela guarda, pra não deixar a gente triste.
[um parágrafo acaba de ser apagado, pra não mudar o espírito do post].
No que a Tonheta fala, vc pode acreditar. E é só por isso que eu não digo que nunca serei juiz.
Em resumo, pra mim os personagens fellinianos deveriam ser que nem a Tonheta, se não forem. Ouço as pessoas falarem desses tais com o mesmo carinho que me evoca a Tonheta, gritando com os cachorros e os gatos e me dando tchau de longe.
Adri B., taí teu post. Volta logo dos afazeres, fia.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Um post em sol e dó ad nauseam, baladinha de fundo de série americana, pra encerrar essa quarta-feira curtida adoidada, salve ferris. Um équizerçaise de dona jô (minha professora de desinglês da quinta série, já postei muito sobre ela e seus équizerçaises) pra brindar esse ócio paliativo, curativo da sedação (quem tem seeedaaa...) da endoscopia, preparativo de uma quinta árdua. danifisha, vamos prosear, danifisha, chega dessas menções pouquinhas que fazemos e recebemos, to coa saudadeira, embora em déficit, pois vc viria pra sp e eu já tinha planejado viajar...
Enquanto recebia na veia o sedativo, com medo de morrer pensei numa cronologia alternativa. Insiro-a e, como vai dar preguiça depois, desde já me despeço.
1975 - fim de janeiro. volta com seus pais para help city, a cidade que não tinha hospitais decentes e que tornou-o paulistano.
1976 - fotografia tirada no apartamento da rua direita, com seu pai suspendendo-o, com rostos colados, alegria mútua descrita três posts abaixo.
1978 - na mesma rua direita, a primeira lembrança de pavor, desfile de carnaval, um dos amigos de seu pai, vestido de homem da caverna, desgarra-se do bloco para abraçá-lo. berros e braços sacolejando escada acima.
1980 - dá seu primeiro selinho (então entendido como beijo na boca), debaixo da árvore da casa do café caiapó (suas casas sempre tiveram nomes estranhos). Pede a mão da menina em casamento ao pai dela, que a concede. Planejam cerimônia religiosa e festa.
1981 - já em atibaia, certifica-se de que descobriu ovos de dinossauro no muro de pedra de sua residência (colocou os ovinhos de lagartixa contra o sol e pôde visualizar o dinossaurinho). recolhe o máximo de ovos que pode e consegue vendê-lo para uma sábia funcionária do museu municipal, que soube não tolher um sonho.
1981 - conhece o primeiro dos três melhores amigos, cuja amizade persiste até hoje.
1986 - toma seu primeiro fora.
1990 - torna-se secretário geral do clube dos tucaninhos. É enganado pelos políticos locais, que o fazem panfletar na feira aos domingos de manhã. Tira a lendária foto de seu ainda atual RG, com camisa do batman, tucaninho do psdb e topete invertido.
1990 - conhece a menina que trabalhava no comitê do pt. discutiam ardorosamente se o melhor para o brasil seria a social democracia (ele) ou o socialismo democrático (ela). discutiriam literatura, música, poesia, vida, seriam melhores amigos e futuros namoradinhos.
1991 - descobre o roquenrol.
1992 - guarda sob a pedra ao lado da grade do parque ao lado do colégio a sua melhor poesia envolta num saquinho plástico. acompanha-o no ato a sua paixão adolescente, sumida no mundo. essa mesma, que o ferreirinha foi mais esperto e tascou beijo na boca, não ficou só em poesia e vinho com uísque.
1992 - ama a menina sob a lua dentro do del reyzão tchöse the locke, na beira do lago. descobre o sentido de ter cenas pro cineminha da hora de morrer.
1993 - bate o tchöse no poste e acorda pra vida, decidindo estudar em são paulo, o que mudará sua vida profissional.
1997 - faz a viagem que mudará sua vida afetiva. chapada dos guimarães.
1998 - apaixona-se por uma menina que tem o polegar dobrável. casar-se-á com ela anos depois.
2007 - numa tarde de novembro reflete. tem vontade de ser algo novo que estenda as asas sobre a praça, sem medo, enchendo a praça de gelo seco pra dançar snow patrol na balada, mas isso já é outra história. o sedativo deve ter voltado a fazer efeito.

domingo, novembro 11, 2007

São Paulo, 11 de novembro de 2007.
Caro Sr. N.,
Deixe-me fazer uma sucinta apresentação:
sou o legatário de seus sonhos.
Nessa qualidade, é meu dever deles prestar contas fielmente. Escuso-me pela demora em fazê-lo, porém procurarei me redimir com uma periodicidade adequada ao desiderato de que o munus me incumbe.
Acompanho-lhe ao longo dessas três décadas e percebo que a intensidade de seus sonhos em nada diminui. Tampouco a sua quantidade. É lícito dizer, bem sabemos, que V. Sa. é movido por esses sonhos e isso não é uma figura de linguagem barata.
Preocupam-me, entretanto, os sentimentos que V. Sa. possa vir a nutrir mediante a substituição a cada dia crescente de uma maior quantidade de sonhos, num momento, convenhamos, que não se qualifica como o de uma transição, como o foram a sua primeira vinda para São Paulo, a decisão de casar-se, a opção por uma carreira pública.
Tranquilizo-lhe quanto aos estoques de sonhos, os quais confiro diariamente, com todo zelo e precisão. Asseguro que são hábeis para um abastecimento adequado, a garantir o merecido conforto durante toda a sua existência.
No entanto, Sr. N, devo advertir-lhe a respeito de uma constatação feita neste último sábado. Não há motivo para alarde, porém seria conveniente que sobre ela recaísse uma pequena atenção especial.
Ocorre que, em virtude da constante substituição de sonhos (e aqui não falo em jogar com a camisa do São Paulo, ser embaixador em Madrid, nem colaborar ostensivamente pelo fim dos conflitos no Oriente Médio, todos devidamente acondicionados, há cerca de vinte anos), enfim, dessa substituição de sonhos mais atuais, mais factíveis, pude verificar, em visita ao departamento correspondente, uma significativa diminuição no nível dos sonhos realizados, nesses últimos dois anos.
Devemos considerar, é bem verdade, que as circunstâncias e últimos acontecimentos não foram favoráveis para a sua correta manutenção. É, contudo, mais verdade que, se as substituições forem constantemente maiores que o índice de realizações, todo o sistema poderá vir a sofrer danos, quiçá irreparáveis.
Este é o primordial motivo da missiva, pois não é vontade nem de V. Sa, nem da minha pessoa, alcançar tal dramática realidade. Felizmente, identificou-se o processo ainda em sua fase inicial, o que permite elevada expectativa de breve normalização.
Assim sendo - e aqui termino-, cumpre-me sugerir a solução para que o equilíbrio seja prontamente retomado. Trata-se de itens que devem ser utilizados de maneira concominante e firme:
Foco - Decisão - Coragem - Persistência.
Atenciosamente,
N.
chegar em casa e espiar quem veio aqui (dependendo de quem veio, é claro) é como ganhar um beijo (na testa) de boa noite e, de quebra, ver que o copinho d'água foi trazido.
meu ego está igual que nem o frango do Cidade de Deus pelas vielas.
o que foi que aconteceu com ele, afinal?
vica, obrigado mais uma vez pelo sitemeter-testa pro beijo-copinho pr'água.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Ir a lugares por obrigação.
Detesto.
Até iria a esse mesmo lugar, com as mesmas pessoas, nesse instante.
Mas se é por obrigação, detesto.
Conveniências sociais,
Mini-subserviências.
Detesto me sentir peão.
Ainda que o seja sempre.
Peão com o mínimo de autonomia, isso se chama dignidade.
Se bobearem, como a rainha en passant.
E de quebra berro xeque.
Cáspita, melhor eu ir,
Estão me mexendo no tabuleiro.
***
update: eu sabia.
tudo bem, festa de primeira, coquetel, bebida, jantar, música, atendimento, tudo de primeira.
mas tinha a gorda.
a gorda bebeu um pouquinho demais.
não era gordinha não. era gorda. A gorda.
Desculpa, gente, mas hoje não vou ser bonzinho.
A gorda começou as estripulias quando percebeu que brindei com o copo errado e fez voltar o brinde, onde já se viu.
Risadinhas amarelas de todos.
Aí começam as músicas agitadas. golb e jurubeba, safadões, já tinham se pirulitado.
Ficamos eu e o professor de sociologia na mesa, berrando um pro outro pra tentar estabelecer um diálogo monossilábico.
Aí toca a fatídica whisky a go go.
Vem a Aninha e me puxa: Não! Essa vc vai dançar comigo.
E lá fui eu. Rodinha formada, o último a chegar, todo mundo bem agudo pra mim: úúúúúúúúúúúúúúú, aí, madureiraaaaaaaaa!!!
Muitas, mas muitas risadinhas amarelas.
E a gorda bem longe.
Segundos depois, eu sentia a gorda se aproximando. Como quem não quer nada.
Quando dei por mim, a gorda tava do meu lado, dançando a sua dança peculiar, recém denominada "pedido de carona pro capeta".
Manja o pedido de carona, com o polegar? Compasso: um, dois, três, quatro.
um, dois: polegares um virado pro outro, pedindo carona lá em cima
três, quatro: polegares cada um prum lado, pedindo carona ali embaixo.
e sobe
um, dois: polegares um virado pro outro, pedindo carona lá em cima.
e eu me perguntando: o que que eu tô fazendo aqui, dançando do lado dessa gorda?
mas a gorda interrompeu meu pensamento, me pegando pelas mãos e berrando: ô, professor, dança direito aí, tá desanimado!!!
aí vc dá uma dançadinha amuada, pra constar.
Garçom! dá mais uma taça! ( a gorda)
Nem tomou, olhou na minha alma pelos meus olhos e intimou: toma, é pra vc!
Eu: nanão, obrigado.
E dá-lhe carona do capeta.
Aí começa aquela música: solte suas garras, solte suas feras...
Meu, deu medo. Paniquei ao pensar na gorda abrindo minha braguilha.
Nessa altura, estávamos nós quatro: uma de frente pra outra, a aninha e a gorda. Aos seus lados, um de frente pro outro, a desolação duplamente personificada: eu e o professor de sociologia.
E a gorda manda de um jeito lancinante: aninhaaaaaaa, saca só!!!
Dance bem (ela apontava pra elas)
Dance mal (ela apontava pra gente)
Dance sem parar (ela gargalhava)
Umas três vezes. Meu, aí foi demais. Peguei meu paletó e piquei a mula.
Eu sabia!

quarta-feira, novembro 07, 2007

Blog é meio casa. Essa casa aqui é de veraneio, é confortável, pra passar tarde de chuva tomando chá quente na beira da janela, vendo se vai molhar a rede ou não. É como se eu tivesse comprado um sitinho na colina e tivesse mandado postais do vilarejo mais próximo pra algumas pessoas que reputo combinantes. São vcs aí do link. Deu vontade de dar uma palavrinha de cada um de vcs, pela órdi: siddartha é meu amigão, gremista fazer o quê, já veio tomar cerveja aqui em casa e comer comida árabe, é amigo de infância de uma das minhas melhores amigas (jurubeba), que por sua vez é casada com um dos meus melhores amigos (golb). Esses dois últimos, somados a ferreirinha, paulinha e danifisha formam a comunidade madureira. Essa danifisha é uma amigona tb, namorada do siddartha, minha amiga meninona. Tenho muitas saudades dela, a gente mal se fala, não tem dado tempo. Ela me faz muito feliz por namorar o siddartha, eu sou egoísta e gosto de ver juntas as pessoas que vejo que assim devem permanecer. E me deixa feliz também por eu ser o ombro dela. O allan é um artista da vida. É um cara que manda cartas da Itália pra todos nós, ensinando como se deve viver. A vica é minha amigona também, devogada sulista, a quem devo o melhor livro de todos os tempos, hei de mandar, hei de mandar. Tem voz impressionantemente de menininha (eu imaginava de bluseira). A dani m., bem, cumpre uma função muito específica e peculiar, de todas as ms. que se prezem, que é me inspirar. Na verdade, impelido por um e-mail que recebi da vica, penso que escrevo essas linhas todas pra contar pra ela, dani m., um pouquinho do que é isso tudo aqui. A camila, por fim, foi a minha primeira blogueira pop star. Ela tinha um blog antológico, o “eu só quis dizer...”. Chegamos a conversar pelo msn algumas vezes, mas depois perdemos contato. Devo ter sido um chato, ou de repente não também, sei lá. Redescobri-a por um blog genial, um comentário que ela escreveu lá, acho, e resolvi aqui linkar.

Só duas de vcs vêm ver esse blog. Então posso dizer que escrevo pra vcs, minhas únicas leitoras. Ou, antes, escrevo pra mim, deixando a frestinha da porta aberta pra vcs espiarem. Boa noite a ambas e durmam bem.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Essa é pra ser rápida.
Foi muito estranho ontem depois do jogo não poder ligar pra vc, pra comentar o jogo.
Vc lê pensamentos daí?
O pensamento é uma forma de oração?
Oração vc recebe, não recebe?
Se recebe (e eu acho que recebe), sabe que tenho orado pouco e pensado demais. Elas por elas?
Fato é que nos sagramos pentacampeões.
E o Ernanes, hein? Vc falava que ele seria bom. Nem sentimos a falta do Josué. O Breno vc não chegou a pegar. Dagoberto tá devendo, vc iria reclamar muito que ele anda em campo. Eu sempre te critiquei nisso, mas estou ficando igualzinho: quando encasqueto com um jogador, fico reparando nele e daí ele parece pior do que é, na verdade. Enfim, ontem jogou bem e acho que vai começar a jogar muito mais. De resto, o esperado.
Na minha imaginação, vc assistiu ao jogo ao lado do tio Filo. E do vô Galvão. E da vovó Olga. E eu amo demais vcs. E se eu não quisesse tanto viver, adoraria estar com vcs de novo.
Me esperem aí.
Amanhã vou ao cemitério. Mas vc não está lá, então eu só vou esse ano, ok?
É que vc está aqui comigo, sempre, todos os dias. E não, não é só uma desculpinha pra aproveitar o feriado. Tô até vendo sua risadinha de canto de boca que, quando identifico, vc diz que não tá rindo e cai na gargalhada. Eu sinto saudade demais, quando penso assim.
Tenho tanta curiosidade em saber como vc está... Mas não vou atrás de "notícias", vc sabe.
A mãe também tem a certeza de que vc está bem. A gente falou nisso segunda, agora. Ela só chora quando fala de vc pra algum amigo teu. E eu só choro quando falo de vc pra Maria Inês.
Segunda me deu uma vontade doida de ver todas as fotos em que estou com vc.
Escaneei uma que me enche de uma alegria imensa, o peito quase explode de saudade boa quando vejo. Vc deitado me segurava no alto, eu devia ter um ano, no máximo. meu rosto encostava no teu e nossas risadas eram idênticas.
Queria que todas as pessoas que lessem isso agora ligassem pros seus pais e suas mães e falassem agora que os amam. Pq é muito estranho falar que te amo num post de blog, pai. Mas mesmo assim é bom, tá valendo, vai.
Não vou fazer do dia de amanhã uma homenagem, nem do dia 23 de abril. Natural que lembremos, todo dia 23 é estranho pra mim agora. Mas a celebração silenciosa será no próximo dia 16. Celebrar a vida que vc viveu aqui e hoje vive aí.
Tenho descoberto muitas coisas a nosso respeito, pela Maria Inês. Quando eu te rever aí, vamos estar zeradinhos. Posso te falar uma coisa estranha? Saber que vc está aí me fez perder o medo de ir, quando chegar a minha hora. Dá uma sensação boa, como se vc estivesse deitado, me segurando no alto, com os rostos encostando, nossa alegria será idêntica.
Eu te amo.