sexta-feira, novembro 30, 2007

comprar leite, jornal e papel higiênico. era o que vinha escrito no papelzinho de agora há pouco, a caminho da vendinha. pensei então três coisas, em seqüência:
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a. esse bilhete é o hai kai do ciclo da vida;
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b. meus créditos de carbono pessoais eu consigo irrisoriamente com a minha boa aquisição do ano. a sacola colorida de supermercado: quando comprei um carro novo, que, apesar de novo, não deixa de ser um soltador de fumaça, todos me felicitaram. quando compro uma simples sacola que dispensa sacos plásticos poluentes, sou olhado de revesgüelo por esses mesmos todos;
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c. li não sei onde (talvez tenha até criado) que um bom general sempre traça uma rota de fuga, uma saída de emergência pela direita, como o leão da montanha. pois bem. a minha sempre foi: se tudo der errado, se acontecer uma catástrofe, eu vou pra bela vista, o sítio do meu vô, plantar café e criar gado, com uma espingarda e um cão bravo e só terei contato com a humanidade uma vez por semana, quando descerei pra cidade com meus produtos pra trocar por outros tantos. chamarei um padre pra decretar um campo santo, pra lá jogarem meus ossinhos, do lado dos ossinhos do meu cão bravo. pois bem. até o sítio do meu avô perdeu essa solidez suprema e exclusiva, nesse planeta. está em inventário e minha parte um dia seria de 0,00003%, se não tivessem vendido até então. pois bem. li em outro lugar que o ser humano prima pela adaptação. então, declarei hoje minha nova rota de fuga, meio capenga, é verdade, porque duraria no máximo alguns dias, mas que se resume num versinho daquela dupla que esqueci o nome: vou pra porto alegre, tchau.
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e assim a minha ida à vendinha voou (sinto que hoje vai ter avalanche de post).

4 Comments:

Blogger Carol said...

A duplinha chama-se Kleiton e Kledir Ramil. E tb tem o Vítor Ramil que compõem e canta muito bem... (gaúchos, né...). Ah, caso não tenha notado, sou um "pouco" bairrista, mas não me incomoda em nada que fales sobre o SP (não avacalhando o tricolor gaúcho...sem stress, hehehe)
A minha rota de fuga, caso tudo der errado (incluindo a minha viagem) é: Mudar-me pra Bento Gonçalves, onde meus nônos têm casa, aprenderia a fazer pão italiano e as chimias (ou geléia, como queira) com a vó pra poder vender na venda da esquina.
Mais ou menos isso... mas ainda preciso aprimorar alguns detalhes!
Beijos.

11:44 PM  
Blogger Madureira said...

Ehe, tb sou bairrista e acho o bairrismo bom, esse que é de paz, ess e que é irmão. esse que permite a gente fincar os pés no chão e dialogar com o mundo inteiro, com a segurança que nos dá Bento Gonçalves ou o Sítio da Bela Vista. Pensando melhor, a terra em si pode estar em inventário, mas o verdadeiro refúgio mora no meu peito, esse vai comigo, ninguém tasca. Beijão!

12:18 AM  
Blogger Vica said...

Hahaha, meu plano B era ser aeromoça. Acho que agora não tenho mais um plano B. Morrerei nas trincheiras.

9:47 PM  
Blogger Dani said...

Bah, eu tb não tenho plano B, mas gostei da idéia. Vou inventar um pra mim.

10:30 AM  

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