sexta-feira, novembro 09, 2007

Ir a lugares por obrigação.
Detesto.
Até iria a esse mesmo lugar, com as mesmas pessoas, nesse instante.
Mas se é por obrigação, detesto.
Conveniências sociais,
Mini-subserviências.
Detesto me sentir peão.
Ainda que o seja sempre.
Peão com o mínimo de autonomia, isso se chama dignidade.
Se bobearem, como a rainha en passant.
E de quebra berro xeque.
Cáspita, melhor eu ir,
Estão me mexendo no tabuleiro.
***
update: eu sabia.
tudo bem, festa de primeira, coquetel, bebida, jantar, música, atendimento, tudo de primeira.
mas tinha a gorda.
a gorda bebeu um pouquinho demais.
não era gordinha não. era gorda. A gorda.
Desculpa, gente, mas hoje não vou ser bonzinho.
A gorda começou as estripulias quando percebeu que brindei com o copo errado e fez voltar o brinde, onde já se viu.
Risadinhas amarelas de todos.
Aí começam as músicas agitadas. golb e jurubeba, safadões, já tinham se pirulitado.
Ficamos eu e o professor de sociologia na mesa, berrando um pro outro pra tentar estabelecer um diálogo monossilábico.
Aí toca a fatídica whisky a go go.
Vem a Aninha e me puxa: Não! Essa vc vai dançar comigo.
E lá fui eu. Rodinha formada, o último a chegar, todo mundo bem agudo pra mim: úúúúúúúúúúúúúúú, aí, madureiraaaaaaaaa!!!
Muitas, mas muitas risadinhas amarelas.
E a gorda bem longe.
Segundos depois, eu sentia a gorda se aproximando. Como quem não quer nada.
Quando dei por mim, a gorda tava do meu lado, dançando a sua dança peculiar, recém denominada "pedido de carona pro capeta".
Manja o pedido de carona, com o polegar? Compasso: um, dois, três, quatro.
um, dois: polegares um virado pro outro, pedindo carona lá em cima
três, quatro: polegares cada um prum lado, pedindo carona ali embaixo.
e sobe
um, dois: polegares um virado pro outro, pedindo carona lá em cima.
e eu me perguntando: o que que eu tô fazendo aqui, dançando do lado dessa gorda?
mas a gorda interrompeu meu pensamento, me pegando pelas mãos e berrando: ô, professor, dança direito aí, tá desanimado!!!
aí vc dá uma dançadinha amuada, pra constar.
Garçom! dá mais uma taça! ( a gorda)
Nem tomou, olhou na minha alma pelos meus olhos e intimou: toma, é pra vc!
Eu: nanão, obrigado.
E dá-lhe carona do capeta.
Aí começa aquela música: solte suas garras, solte suas feras...
Meu, deu medo. Paniquei ao pensar na gorda abrindo minha braguilha.
Nessa altura, estávamos nós quatro: uma de frente pra outra, a aninha e a gorda. Aos seus lados, um de frente pro outro, a desolação duplamente personificada: eu e o professor de sociologia.
E a gorda manda de um jeito lancinante: aninhaaaaaaa, saca só!!!
Dance bem (ela apontava pra elas)
Dance mal (ela apontava pra gente)
Dance sem parar (ela gargalhava)
Umas três vezes. Meu, aí foi demais. Peguei meu paletó e piquei a mula.
Eu sabia!

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

hahahahahahahaahahahahahahahahaaaahhahaa!
Essa eu não podia ter perdido. Ia dar uma lição na gorda.
Dance bem, dance mal...
Perdi, deve ter sido de roalr de rir.
Literalmente.
Essa noite sonhei com a van na frente da faculdade que estampava "parabéns, l...."

11:28 AM  
Blogger Madureira said...

já eu estou feliz por não ter sonhado com A gorda.

12:28 PM  
Blogger Vica said...

Morte às gordas sem noção!! Assanhadas!!! Hahahahaha!!!

12:45 PM  
Blogger Madureira said...

supergêmeos com a aliança na fuça dela.

1:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

aaaaaahahaahaha!!! Eu teria feito a sambadinha, ia humilhar a gordona.
Golb

6:04 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ah, e se o seu objetivo é conquistar o exército verde e esvaziar o Madureiras, tá quase conseguindo. Só falta o exército.
Este aqui poderia perfeitamente ter sido publicado lá.
Humpf.
Golb

6:07 PM  
Blogger Madureira said...

Cabeção, isso aqui é um update!
Mas vc é benvindo siqueira, mesmo assim.

11:59 PM  

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