sábado, junho 27, 2009

PARABÉNS, DIRETORIA IMBECIL

Conseguiram trazer o Muricy para a Traffic (ninguém sabe quem comanda a Traffic, né, tudo bobinho, vocês).

segunda-feira, junho 22, 2009

Há cinco anos e meio eu saía à varanda numa noite fria, fumava um cigarro de palha e dizia pra mim que esse era, então, o meu reino. Começava um novo trabalho e o meu casamento, morava numa casa nova, pensava no meu passado e em minha família e nada me faltava.

Cinco anos e meio e quase nada me falta. Mas o que me falta, falta demais. Hoje não posso telefonar para meu pai e falar com ele sobre nosso assunto predileto: a vida. Hoje meu pai vive em outro lugar e a possibilidade de ter-me sido dada a convicção disso me dá paz e alegria.

Hoje meu avô cavalga em outros sítios e ara a terra para outros cafezais (feliz aniversário, vô). Ele não teme mais a geada, ele apenas colhe e vê colhida a boa safra que plantou.

Hoje lanço a eles mensagens em garrafas, iguais às que lançava no Rio do Peixe quando pequeno, para outras civilizações.

Hoje eu não fumo mais cigarros de palha e olho para esses cinco anos e meio e vejo o que fiz e deixei de fazer.

Meu pai me confirmava que a história é uma espiral helicoidal, pela qual, de tempos em tempos, aparentemente voltamos ao mesmo ponto, agregados porém de tudo o que a vida durante os tempos nos proporcionou.

Hoje eu volto à varanda na primeira noite de inverno de 2009 e me vejo agregado de saudade, de experiências (erros, também, e não poucos) e da felicidade de ter voltado a uma única vida, a minha própria, real. Daqui a pouco tempo mudarei de reino, mudarei de varanda em noites frias, mudarei minha vida e levarei comigo tudo isso que a vida nos tempos me proporciona.

Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe.

Hoje finalmente recuperei meu reino.

Vida certa ao rei.

domingo, junho 21, 2009

Que venha Ricardo Gomes.
O São Paulo sempre me surpreendeu positivamente. Não falo de vitórias e derrotas, ambas normais, até quando imprevisíveis. Passam dois dias e vc vê que sim, fazia parte da normalidade. Detesto burrices apressadas do tipo que mais escuto "não tinha mais clima", "é hora de reformulação". Hoje no futebol não há espaço nem tempo hábil pra encerramentos e inícios drásticos de projetos. A menos que aconteçam coisas catastróficas, como por exemplo ir pra segunda divisão. Exemplo do corintians, que detesto, mas devo admitir que está no caminho certo. Erros sucessivos e falcatruas fizeram o time ir pra segunda divisão. Enquanto ríamos muito, e riremos sempre, já antes de cair os caras pensavam em 2009 e 2010. Aí é um caso típico de reformulação total. Aconteceu com o grêmio também e com o próprio palmeiras, embora aquele tenha se projetado melhor e quase ganha a libertadores do ano seguinte, enquanto esse ficou na mediocridade que lhe é peculiar. Pois hoje o corintians usou bem a catátrofe e já está colhendo os frutos, com boa política de marketing e um time estruturado.
O fato é que nós não precisamos chegar ao fundo do poço! Somos o melhor clube do Brasil, quanto à estrutura, marketing, visibilidade e credibilidade internacional. Flamengo pode ser conhecido pelo número de torcedores e pelo time da década de 80, mas é só história, é um time pífio em seu rendimento nos campeonatos. A projeção dos times cariocas deve-se apenas a isso, serem cariocas, conterrâneos da CBF, mais nada.
Não precisamos descer níveis para fazer reformulação. Não precisávamos demitir o melhor técnico do Brasil, embora essa fosse a vontade de parte da diretoria já há dois anos, antes de ganharmos dois dos três brasileiros consecutivos. Mas o fato é que o Muricy, infelizmente, já é passado.
Hoje temos um time com bons jogadores, com rachas e laranjas podres e um técnico que não tem o perfil forte e decidido que a gente precisava no momento. Luxemburgo não aceita deixar de ser manager. Felipão é sonho impossível. Mano Menezes, bom técnico, embora inferior ainda, está bem no corintians. Abelão, talvez?
Nada disso importa. Temos hoje o Ricardo Gomes. Que os diretores sem-vergonha que pediram a cabeça do Muricy ao Juvenal sejam coerentes e punam (ou façam pedir pra sair) os laranjas podres, que ainda não tenho certeza de quem são. Aí sim RG terá oportunidade pra demonstrar o seu trabalho e o tricolor, mais uma dentre tantas vezes, possa me surpreender positivamente.
Que meu ceticismo se transforme em alegria, breve.

sexta-feira, junho 19, 2009

É - MURICY

Grande campeão.
O São Paulo decaindo desde 2005 e vc conseguiu ser tri brasileiro. Honrou teu mestre, o insuperável Telê Santana e escreveu teu nome na nossa História. A História do maior clube do Brasil. Jogador habilidoso na década de 70, não conseguiu ir pra copa ao se machucar. Campeão pela primeira passagem com o expressinho, aprendendo tudo com Telê. Outra passagem, se não me engano um título menor, tipo paulista, mas não estou certo agora e to sem saco pra pesquisar. Mas daí veio dessa vez e simplesmente conseguiu o tricampeonato brasileiro seguido, hexa no total. E ultrapassando o primeiro colocado que abrira 11 pontos. E fez isso sem time, pois a reposição foi pífia de 2007 pra 2008.
Exemplo máximo de caráter, de ética, de vontade e garra. Montou no mínimo três zagas fantásticas. Muricy é inesquecível.
Perdemos a Libertadores? Foda-se, lutássemos pra poder disputá-la ano que vem. Mas com o Muricy, com o melhor técnico do Brasil. Agora quero ver se a gente tem grana pra trazar o Felipão. Simplesmente, não rola. E ficaremos com quem? Certamente, um pior que o Muricy. Cagada, cagada, cagada.
Já era, tetra. Teremos de ter muuuuuita sorte.
Obrigado, Muricy. E volte logo.

quinta-feira, junho 11, 2009

Cara anônima da boininha e saia,

Já terminaste o livro do Chico Buarque? Venho cumprir a minha parte do desafio. Não contei o número de caracteres, mas vc se desincumbiu a contento. Minha vez.

*

Não, você não entende a nossa revolta. Vou tomar como brincadeira a imagem de um burguesinho inconformado com o degrau que desci, assim como a que fiz de vc, tomando o capuccino e traquinando no iphone no café (mas bem que podia ser verdade, vc estava linda na imagem).

Gosto do teu estilo de discussão. Se for inconsciente a estratégia de se defender atacando (no sentido pacífico e semifutebolístico do termo), melhor ainda. Mas fato é que vc se desviou um pouco da posição de vidraça que tentei te colocar. Ainda assim, vou jogar minhas pedrinhas de marshmallow, se segura.

Não tive que apertar os cintos com o governo Lula. Por ele, minha condição financeira, que não vem ao caso qual seja, se manteve. Aliás, o tempo de vacas anoréxicas pelo qual passo, não tem a ver com o governo. É caso pra outro post, que não farei.

É meio canhestra essa tua visão de ‘país de burguesinhos metidos, inconformados com o degrau que desceram’. Definitivamente, este não é o Brasil. Isso é Europa, que, segundo o Vanucci, é logo ali.

O Brasil é um país de pessoas que vivem de salário mínimo. Os burguesinhos metidos são mínimos e invisíveis à massa, enquanto agentes econômicos, só aparecem qdo passam em seus carrões e em algumas colunas da televisão, mas eles certamente não apertaram os cintos. Ao contrário, ganham como nunca. E isso também não tem a ver com o governo Lula, simplesmente porque o governo Lula não mexeu, nem quer mexer, nem pode mexer, com eles. Isso é matéria pra outro post, que dificilmente farei.

Eu sou daselite. Mesmo sem grana, faço parte da elite pensante e formadora, embora peque, assim como a imensa maioria dos brasileiros peca, pela omissão. Aceito essa pedra, mas justifico. Se eu não tomar conta do que é meu, perco o que tenho e tenho a mais absoluta certeza de que contarei temporariamente com a ajuda de poucos e bons amigos, mas jamais serei acolhido pelo Estado. Simplesmente porque, como já disse, o Estado não funciona. Não, não falo de governo, Lula, FHC, Itamar, Collor, Milicos (incluído o civil Sarney), Jango, a PQP. Também não falo do Estado Mínimo liberal, nem da falácia do Estado Socialista. Eu falo do Estado como personalidade jurídica de uma organização de pessoas fundadas num mesmo território e submetido a um governo, com soberania. Isso, Anônima, no ecsiste más. Se ecsistir, que entorte este meu dedo (não, não entortou). Isso decididamente não funciona.

Não dá pra falar dos fundamentos históricos que nos trouxeram a esse ponto. Eu tenho pra isso (assim como tenho pra tudo, é meu jeito) uma teoria que penso coerente. Mas o que acontece é que (deus da guerra contra os lugares-comuns, misericórdia) o Estado há muito se divorciou da sociedade. A sociedade se organiza, mal e porcamente, de maneira opressora, excludente, gananciosamente e, dentro desse quadro, coerentemente, de maneira autônoma. Não depende do Estado. O Estado é um instrumento para grupos de pessoas organizadas e que partilham dos mesmos códigos de conduta atingirem e manterem-se no poder. Nosso modelo social é o do individualismo. E o governo lula passa um vernizinho comprado nas agências de publicidade, de contratos duvidosos, diga-se, dizendo que é diferente. Não é, e não pode ser. As políticas públicas existem para a preservação do sistema econômico, mas cada um cuida de si. O assalariado, o maiosmeno e aselite.

Cara anônima, o PT me enganou, pois eu achei sinceramente que ele abriria espaço nesse estado de coisas, e por isso em 2002 votei nele, pois acredito na social-democracia, que seria implantada pelos setores progressistas do PT. Mas o PT me traiu, assim como o Collor traiu a todos. Eu, que acreditava no PSDB só antes do FHC, passei a desacreditar também no PT, quando essa verdade se mostrou inexorável. O poder tomado por pessoas filiadas a partidos políticos sempre será igual, pro bem e pro mal. A organização e desenvolvimento da sociedade servem a um objetivo claro e definido: não desmoronar o sistema e assim manterem-se abertas as possibilidades de se manter no poder.

Ah, eu ia fazer um texto coeso, mas tem muita coisa pra falar. Já passaram dos 500 caracteres faz tempo. Então finalizo te respondendo. Diante do que escrevi até aqui, não existe candidato a presidente confiável. Por isso, eu voto como protesto no PSOL, embora saiba que o dia em que esse grupo chegar ao poder, vai se comportar igualzinho.

segunda-feira, junho 08, 2009

Pausa no período de conflitos internos, atribulações, decepções e incertezas pra dizer o quanto segue:

qúingue quíngue quíngue, o que manda é o netuorquíngue! e eu sou phoda.

Pronto, podemos voltar.
Atenciosamente,
Casimiro Madureira Andrade.

P.S. Golbery do Coito Encina, eu sei que vossa senhoria lê essas maltraçadas pelo RSS do capeta, vê se aparece de vez em quando, não fica aí só nesses blogs metidos a besta dos teus amigos avinhados. Faz eras que não falo mal do teu corintians aqui.

quinta-feira, junho 04, 2009

Hermeticozinhos.

O post girou girou no sentido horário
Escoou pelo ralo
Entrou pelo cano
Desceu sete andares
E nunca mais nos universos soube-se dele.
*
Moça da juventude
Desculpa o mal que não te fiz
Coma bolachas com geléia sob a lua
Dê conta,
Dê.
*
E se eles absolutamente todos estiverem certos e eu errado? É uma possibilidade.
Mais remota que o controle do Pegasus. Mas é.
*
Me aguarde.
Dois maracujás de gaveta
Chimarrão e causos.
*
Não sei o tamanho
Do teatro de sonhos.
Benito de Paula, portanto,
Extra-large.
*
Francisco B. de Camargo hasteou bandeiras
Eu rio e vossa mercê some.
*
Bem e bom.

segunda-feira, junho 01, 2009

vulf, foi assim que fez.

eram sete e quarenta quando Madureira atingia o Perdoai as nossas... do Pai Nosso, em sua caminhada diária matinal, momento em que lhe veio um pé de vento, de baixo pra cima e VULF, leva-lhe o boné. Dizendo que não com a cabeça, tentando ser o mais natural possível, em poucos movimentos, Madureira vira-se pra trás e abaixa-se, pra pegar o boné, quando a segunda rajada o leva pra meio metro além. Pessoas começaram a olhar quando o fiadaputa lufou pela terceira e última vez, depositando o boné preto do Madureira debaixo do opala branco, no seu exato ponto central. Madureira visualizou montinhos de gente às gargalhadas, mas isso se deve à sua timidez atávica. De gatinhas, Madureira percorreu o perímetro do opalão e não, não alcançava o boné. Dominada a vontade de sair correndo com a cabeça enfiada na camisa, Madureira entra na loja de doces árabes e pediu uma vassoura. A extremada gentileza do dono da loja soou cáustica, quando Madureira volta novamente à traseira do opala, portando um gancho de fechar porta de ferro. Pego o boné, já imundo e que decididamente não valia aquela cena, despediu-se do dono da loja de doces árabes e não se lembrou mais em que parte da oração estava. Boa semana a todos.