domingo, novembro 28, 2010

Sim, eu vou conhecer a tua cidade. Vou com as roupas mais confortáveis na mochila, perfume, essas coisas. mas vou esquecer meu material de barba. Um livro de contos rápidos, poesia, um bloco de anotações e uma caneta. Entenda bem, eu vou conhecer a TUA cidade. Vc vai me levar aos teus lugares. Aos teus cantos, frestas, esquinas, eu quero ver toda a cidade pelo teu ponto de vista. A cada cena, o teu sorriso eu vou ver. E vou olhar vc dançar, embora, tímida, não propriamente dance, me disse. Mas eu vou te embebedar com os meus sonhos e, por vc saber que os costumo fazer realidade, vc vai ficar soltinha. E vai dançar comigo. Vc vai me levar até a praia, vai ser uma noite leve e boa. Uma das que coleciono pra repassar quando estiver no finzinho da minha vida. Vamos nos abrigar do sereno, sabia, após termos tomado todo o sereno que a tua cidade puder nos proporcionar. Nesse meio o tempo, o que faremos eu não vou escrever aqui, assim, gratuitamente. E, dia novamente, mais cidade. Conhecer a tua cidade vai ser um jeito interessante de te conhecer. Será a celebração dos sentidos. Será música. Num determinado momento vc vai lançar um olhar bem distante. E eu vou tentar lembrar dos riffs de cartwheels. E vou te servir mais vinho, enquanto vc suspira fundo. Não vou perguntar o que vc estará pensando. Vc vai me dizer em detalhes apenas com aquele teu sorriso que eu mais gosto, sabe aquele. Todas as vezes que voltar pra tua cidade, pro resto da vida, vai ser assim, a *tua* cidade. E, então, minha.

Um dia

Quieto um pouco, casimiro, pfavor.
*
Um dia eu vou ser uma letra do Lulu Santos.
Eu vou caminhar pela areia da praia vazia com meu perdigueiro, ou boxer, ou labrador,
Ou o que for.
E eu simplesmente vou olhar o mar.
Sem pensar no mar.
Um dia eu farei o sexo perfeito e olharei praquela mulher lindamente imperfeita ao meu lado
Assim como vou olhar o mar.
Sem pensar no olhar.
E nesse momento eu finalmente entenderei
Que quanto mais tempo eu olhar assim
Sem fim
Mais durará o meu... entusiasmo.
Ou sua principal rima
Que prima
Por ser o que mais buscamos
E tão logo encontramos
Puf
Ya se fue
Tais quais todas as minhas expectativas
Mortas-vivas
Que me impulsionam, sim
Mas que
Que
Sei lá
Eu só quero ser logo, sabe
Uma letra do Lulu Santos
De uma vez.

sexta-feira, novembro 26, 2010

FREE CASIMIRO!

Casimiro ouve Charlie Brown.
Foi sufocado por dois dias e um pernoite pelo vacilão do Madureira.
Só porque o orientador deu a entender que sua dissertação não será aceita, mandou secamente conversar com o coordenador e ambos, coordenador e orientador, não respondem os e-mails de Madureira, ele só quer saber o que está acontecendo pra saber que caminho andar.
Madureira, esse lírico, não escreveu nenhuma linha em dois dias e, de quebra, retomou o território, com técnicas do bope e fuzileiros navais, na forma das retóricas perguntas de sempre.
*
Ex-anônima da boina, esse blog é formado por casimiro e madureira, duas personalidades do mesmo ser. madureira é ego, casimiro é id. madureira é ser moral, casimiro visceral. madureira é do bem, casimiro surfa acima do bem e do mal. madureira é platão, casimiro é nietzs-chão. madureira é o elliot do law&orderSVU, casimiro é house com dor na perna. Fazem trégua, madureira promete ser mais durão e prende casimiro lá no fundão, comprado com ar condicionado, filmes tarantinos e pizzas shimeji. E isso foi só pq vc me disse que nunca me entende, antes de sumir totalmente no mundo. Se eu fosse o madureira, perguntaria agora se ele (madureira) falou alguma coisa de errado.
*
Mas é isso. Bora descer pra estância, comprar comida, alugar filme, enfrentar a solidão.
Pronto, falei.


sexta-feira, novembro 19, 2010

"Deyse, que se foda, eu vou começar AGORA".

Aqui vou poder acompanhar depois o caminho da ascensão. Porque o da queda, sinto muito, eu vou lembrar pra sempre, sem ler. Repara quem assina esse texto. Só ele pode me ajudar. E assim vai ser pra sempre. Se o madureira falhar, ele não vai procurar ajuda nos monges beneditinos, nem nos tibetanos. Ele vai procurar dentro de si, onde está, sempre, calado, só olhando, o subscritor.
Eu vou fazer essa porra e vai começar agora.
Três arquivos de word, fazendo as vezes de três folhas de papel em branco: 1. as vontades que me surgem, de largar o texto pra fazer coisas mais interessantes. 2. as dúvidas quanto ao próprio texto, medos incluídos, que vou ignorar, todos e todas, deliberadamente. 3. o texto.
Esse post será atualizado quantas vezes forem necessárias. Será o meu quarto arquivo de word, a quarta folha de papel em branco.
Mas eu vou começar essa porra. E é agora, Deyse.
***
20 páginas numa madrugada! O processo começou, olho do dia, miniatura de sol.

domingo, novembro 14, 2010

Então é assim, pai: a cada post que escrevo pra vc, duas ou três pessoas me contam que choraram. Então tentarei rechear este com piadas, pras pessoas rirem, o que acha? Exemplo: eu que sempre cito o filósofo Axl Rose, resumiria o que quero dizer com "november rains". E se não existe o ésse final, é um pouco de culpa tua, que não me pos no inglês na idade certa, por dizer que eu nunca concluía curso algum. Só porque não terminei a natação, o basquete, o karatê, a computação, a capoeira, o aikidô, a taquigrafia (também, né, pai, vc forçou a barra. Taquigrafia!), a leitura dinâmica, entre vários outros. Coisa pouca, o inglês eu acho que terminaria. E, como não terminei, eu digo que november rains, com ésse mesmo, pq november é foda. Tem esse feriado pro qual nunca ligamos, no dia 02, mas que sinto rumores perguntativos de se eu não vou a Socorro por flores no túmulo e tal. Por esse passo incólume, mas daí chega o dia 16. Complica pro meu lado, pai. Todos os assuntos aqui em casa convergem pra vc e isso é ótimo. É muito bom falar e pensar em vc e sentir essa saudade gostosa, vc sabe disso. Traz vc pra perto, de um jeito sadio, tanto pra nós quanto pra vc. Mas ainda não dá pra não ficar triste. E, segundo meu irmão gaúcho, posso esquecer, pq não melhora com o tempo. Então, que se conviva, né? Mas talvez não dê pra impedir que as pessoas choremos um pouco. E eu queria vc aqui, pra falarmos do Panamericano, fazermos nossa análise sociológica da Geisy Arruda, pra vc ir no Big comigo e com a mamãe e lá encontrarmos o Romanato e o Helinho. Eles me convidaram pra ir ao seu Clube dos 21. O Nelson já tinha me convidado também. Mas eu tenho medo de ir. E isso renderia umas duas ou três sessões com a Maria Inês, mas não vem ao caso agora. Provavelmente estaríamos ainda pagando as compras no caixa (e hoje já voltamos há mais de hora), pq vc ficaria uns 40 minutos conversando com o Romanato, 30 dos quais estaria com o Helinho junto, depois mais meia hora conversando com o Evanilso, que também comprava lá. Não se convenceria tão rápido com a dica que o Bronza deu, sobre o vinho do Porto, faria eu ler todos os rótulos de letras miúdas, todos os detalhes, no final compraria o que o Bronza indicou, mas também compraria o outro, que vc elegeria o melhor, sabe-se lá por que motivo e agora estaríamos conversando e tomando vinho do porto (e eu não consigo segurar as lágrimas, pai, eu quero vc aqui e sinto a mesma saudade, a mesma) e, no fim, vc diria que o vinho do Bronza é muito bom, mas que, pro seu paladar, vc não saberia dizer a razão, mas (e estalaria os lábios. Eu grafaria o estalo com reticências...). Vc defenderia a Geisy Arruda da hipocrisia da sociedade, desfiaria 7 ou 8 aspectos dessa hipocrisia, citaria um sociólogo, dois filósofos e um poeta e eu te amaria ainda mais, ou talvez tanto quanto, se vc só estalasse os lábios com teu vinho preferido.
Eu vou tatuar aquele símbolo e vc me criticaria veladamente por isso, ainda que fosse o símbolo com o qual vc identificava os seus livros. Mas me amaria do mesmo jeito, vc sempre me amou com todos os meus erros. Sempre foi contido nos elogios, pra que eu evoluísse cada vez mais, mas eu sempre soube ler nas entrelinhas e, quando vc elogiava abertamente, era a pororoca, a avalanche, o tsunami juntos e eu não sabia o que fazer com aquilo tudo.
Sabe, pai, já me perguntaram porque eu faço isso, escrevo essas coisas aqui no blog. Deve haver vários motivos, mas o meu preferido e o único dos quais sou consciente é que eu só consigo chorar assim. E sinto alívio, sabe? Me desanuvia. Então, quem quiser chorar, que chore também, já que a música é november rain, sem o tal ésse. E vou lá eu saber se o verbo chover em inglês é variável, ou é como no português. Eu não teria feito Letras, afinal.
Estava pensando, pai, como vc marcou as vidas das pessoas.
Até hoje mulheres divorciadas param a mamãe na rua e dizem que vc ajudou-as demais, nos momentos mais difíceis da vida delas. Vc sempre dizia que a mulher traz (não lembro os motivos filosófico-sociológico-psicológicos que vc usava, nem as respectivas citações) toda a culpa pelo fim do casamento, pelo fim do sonho. Por mais que os homens sacaneassem, as mulheres divorciandas vinham culpadas diante de vc. E vc, juiz de Família, ficava duas horas conversando com elas (coisa que os juízes de hoje fazem em 30 segundos) e mostravam que elas não tinham culpa não, que a vida era assim mesmo (caramba, hoje tá complicado, to chorando até com isso), que não seria o fim do mundo pros filhos, pior pra eles eram as brigas. E elas saíam dali aliviadas e prontas pro recomeço. Pai, eu te amo. Vou falar sempre isso aqui e vou sentir sempre por não ter falado em vida. Aí tenho que repetir meu apelo de todo post, pra que as pessoas que tem pais vivos o façam, falem muito que os ama, porque dizer depois não é a mesma coisa.
Tio Liço, o tio preferido, me falou de novo que quer ir comigo de jipe pra Itápolis. Vc o marcou muito também, sabe disso. E ele continua me reproduzindo os causos de futebol que vc contava na infância dele. E vc ia em todos os jogos, do São Paulo, da Ponte Preta, da Associação Socorrense, do que fosse.
Amanhã é seu aniversário. Faria 73 anos. Eu te deixo um parabéns com um beijo no rosto. Ganhei a aposta, nunca senti vergonha de te beijar no rosto em público, mesmo adulto. Eu te amo,

sábado, novembro 06, 2010

Addiction.
Sempre lembro da banda boa, jane's addiction.
Mas não.
É a vício mesmo, que quero me referir.
Ok, dos vícios, talvez o menor, pq minha incolumidade física e psíquica mantém-se integral.
Mas, com ele, perco meu tempo e fujo dos compromissos com imensa facilidade.
Protelo.
Então resolvi, vez mais, afastar-me das ditas redes sociais.
Tornei-me um antissocial.
Um eremita.
Um urtigão.
Fumantes em recesso atolam-se em chocolate.
Emendei três seriados da Universal.
Não vim aqui, com isso. Mas também, não produzi.
Certo, está dentro do planejado.
Sabia que aconteceria.
Preciso de escapes.
E o melhor deles é o lado esquerdo do trem.
O madureira do B.
Não onde tudo começou, mas se consolidou.
E vim pra dizer que é muito difícil.
Viadagem, dirão uns.
Fraqueza, outros.
Falta de vergonha na cara, outros mais.
É difícil.
Porque sabido ser a parte mais fácil.
Ser apenas o desbastar de campo.
Vez que o momento ainda é de desconforto.
Ainda necessito da proximidade com o máximo de pessoas, por motivo outro.
Motivo que fisga.
E na dita internet, encontro-as em profusão.
E o que precisei fazer?
Afastar-me.
Com radicalidade.
Raíz.
Começará o delirium?
Claro que não.
Mas aqui na root, começo a nova rout.
E assim será.
Até daqui a sete ou oito minutos, quando mais não puder.