domingo, agosto 31, 2008
A música que ouço
Mesmo sem letra me diz
Que tem água gelada correndo no filete
Me lembra
Que tem ar frio que arde a narina quando inspirado cedinho
Tem cheiro de bosta de vaca
Que não é bom, mas também não é ruim.
Tem orvalho no matinho que umedece a barra da calça
Tem os cantos todos dos pássaros, os mugidos, a moda baixinha no rádio AM
Essa música que ouço pede que lhes diga
Que essa remissão toda
Não é pra ficar bonito
Nem pra fazer graça
É laço no dedo, relógio no pulso errado
É anotação pregada com durex no espelho do banheiro
É um lembrete de que a nossa vida está lá fora.
E que isso tudo daqui de dentro desse apartamento
Dentro da prefeitura
Dentro dos fóruns
Detrás das mesas todas, emparelhadas, girando rápidas
Isso tudo aqui é instrumento.
Que como tal serve
A uma finalidade
De modo que não adianta banzo
Não adiantam loas
Nem lamúrias
Ainda que cativo
Adianta apenas lutar pela nossa liberdade.
E, se livre,
Exercê-la de verdade.
segunda-feira, agosto 25, 2008
Simpatia
Enquanto vc lê eu vou ali caminhar na trilha. E anda e sobe e desce e vira e sobe e cai e sobe e vira e sobe e vira e sobe e sobe e sobe e para. senta na pedra, tira os tênis, cheios de barro, tira as meias, tira o anel de rolemã.
O anel de rolemã é composto por um aro que gira e nesse aro existem cinco figuras como essa:
>>o >>o >>o >>o >>o.
Eu vejo cinco homenzinhos.
O jeito certo de pôr o anel, inventei, é fazer os homenzinhos virarem pro lado oposto do meu peito. Seja no anular direito, seja no esquerdo, tem que estar pra fora.
E quando eu sinto algo de errado, giro a rolemã de modo que os homenzinhos levam as coisas ruins pra fora e pra longe de mim.
De vez em quando eu tiro anel, aliança e relógio e ponho de volta depois, na correria. Em algumas dessas vezes, o dia parece que corre engasgado. Quando vou ver, os homenzinhos estão virados pra mim. É só desvirar, que tudo flui melhor.
>>o >>o >>o >>o >>o
Enterra o anel, pra ele sentir a energia da terra. Pega um punhado de terra com o anel no meio, vai deixando a terra escorrer e assopra, deixa ventar sopro bem forte no anel e então mergulha-o no riacho que corre do lado, segurando pro rio não levar. No que tira, passa um gravetinho no meio, saca do zippo e deixa a chama passar, de baixo pra cima.
Pronto, quatro elementos. Reza pai-nosso e pede proteção pra Deus e pros santos.
Começa a chover. Mais e mais forte.
Riders on the storm...
Volta pra pousada, banho e segue a vida.
sexta-feira, agosto 22, 2008
quarta-feira, agosto 20, 2008
inventário
Osama
Obama
Obatman
Maquiavel
Marvel
Mel.
Pronto, passou. Também não sei o que é isso. Sim, é estranho. Meu chefe me tungou 15 dias de férias. Malditos sejam os anos eleitorais. Longa história. Saudade do café meiadavó do boi da cara branca. Vai demorar pra eu voltar lá. Ando 30 km por aquele café. Comprei o método de viola. Vem com CD. Está dando certo, por enquanto. É útil pra CBF que um time do sul ganhe. Tá ficando óbvio demais. Não vão deixar nenhum paulista, muito menos um que já é bicampeão. Mas eles têm um sujeito chamado Celso Roth no banco. Esperança. Preciso preparar a aula. Farei, assim que sorver o penúltimo pote de geléia de mocotó. Hoje tomei meu último copo de ovomaltine tipo suíço. Imbecis. Terei de ir à Suiça? Andaria 30 km por um ovomaltine suíço, daqui a algum tempo. Mas ainda não iria à Suiça. Os suiços têm muitos bancos. Os bancos esses tinham ligações com os nazistas, parece. Mas lá também tem Swatch. Putz, mas é em euro. Quiseram 250 cruzeiros pra consertar meu swatch. Exploradores. Preciso consertar inúmeros detalhes da minha casa. Casas depois de um tempo desmontam-se. As esposas cobram providências de marceneiros, encanadores, eletricistas e não entendem que as minhas mãos são que nem os pés do curupira, pra esses pormenores. E explicar que o trabalho que sei fazer é intelectual soa pedante. É meio atávico isso. Direittto do lazer. Aí vamos nós. Sinto-me bem por não ter dado a menor pelota pra olimpíada desde o início. Sonhei que ia participar de uma olimpíada, atirando. Mas eu sonho uns sonhos estranhos, se tudo o que eu sonhasse acontecesse, estava danado. Tenho acordado gritando. Sábado miseme acordou comigo berrando: seu filhodapuuuuuuuuuutaaaaaaaaaa. Não é bom que se peça a ela imitar, qdo se está dirigindo, quase entrei num caminhão. Jurubeba me deu dois tickets pra comer big mac. Minha amiga escultora me fez um são jorge de barro. A mulé é catalogada e tudo, mas o maior valor é sentimental. Longa história, tb. Jurubeba já já vai passar pra me dar carona. Ela quando rouca parece estar apreensiva, mas é apenas pra não gastar a voz, ela vai dar quatro aulas hoje. Essas letras vão dar trabalho, sempre dão, qdo as mudo de tamanho. Aí preciso ir. Como é triste fazer um post como se estivesse contando as coisas pra alguém que simultaneamente as lê. No tempo em que as pessoas falavam comigo, era melhor. Risos, muitos risos. Me fuy.
terça-feira, agosto 19, 2008
domingo, agosto 03, 2008
- mas seo antonio, eu quero que o senhor conserte o telhado, pra que álcool?
- é pra segurá o balde.
- mas segurar o quê, seo antonio? álcool não segura nada.
...
(dona helena) - xi, dona vera, ele não qué falá caipira pra senhora, ele qué um barde com um arco, memo.