Oi. Tive que vir aqui, pra contar pra vc que vou conseguir exatamente tudo o que quero.

Contestar a ACP ao som de ACDC, pra zerar os pareceres ao som de ACDC, pra fazer a dissertação, pra formatar a dissertação, pra depositar a dissertação, tudo ao som de ACDC, pra comprar o jipe e dirigi-lo, ao som de ACDC de volta pra casa pra, ao som de ACDC, traçar o roteiro da viagem, fazer as malas, colocá-las no jipe e viajar até o destino, ao som de ACDC.
Nessa ordem.
Pra, em lá chegando, decidir os próximos capítulos.
Ao som de ACDC.

Se vc gosta de São Paulo, do povo paulista, de ser paulista, do fato de seu amigo que escreve ser paulista; se vc gosta de um samba paulista; se vc gosta de samba, do Brasil, do povo brasileiro, se vc gosta de arte, de cultura, se vc concorda que cultura é uma fruta doce e fibrosa que vc tem que comer, mastigar, sentir o sabor e lembrar depois, reconhecer-se nela, senão não é cultura, é erudição esnobe e besta; se vc quer experimentar um sentimento intenso, terno, se vc gosta de Adoniran e de tudo que veio depois dele, vc não pode morrer sem assistir a "Um Homem de Moral", o documentário sobre Paulo Vanzolini e que minha irmã e eu estamos assistindo pela segunda vez, seguidinha, sem intervalo.

Judas

Calma, não vou xingar ninguém.
E também não vou comprar o livro Judas, O Bem-Amado, agora. Mas é óbvio que vou lê-lo ainda.
Explico.
Nunca vi sentido no lance da traição de Judas. Em todas as parábolas, nos mitos, e tal, vc pode não ver sentido literal, mas vc consegue ir pela metáfora. A única (ou uma das únicas) que não batia era Judas ser o traidor infame.
Porque a gente sabe que, pro cristianismo e até pro catolicismo, tudo que vem de Deus é bom. O mal, por outro lado, viria do homem e da sua imperfeição. Mas a morte e ressurreição de Jesus não veio do homem, foi um plano de Deus. Então, o ato de Judas seria obrigatoriamente parte do plano.
E Deus não sacanearia tanto assim uma pessoa, incitando-a ao maior pecado de todos os tempos, só para servir de exemplo contrário, de como não-ser. Simplesmente não bate.
Eu detesto pensar em cima de resenhas, mas, como disse, não vou ler nem a pau esse livro agora, e vou ler com certeza daqui a um tempo. Mas pela resenha, já vi que, a partir dos fragmentos encontrados no deserto, Jesus teria determinado a Judas que revelasse onde Ele estaria. Talvez tenha sido o segundo pior sacrifício, em nome do que precisava ser feito.
Tudo faz sentido, então.
Mas, desculpa aí, Judas, tradição é tradição e, pelas balinhas na cabeça de pano, continuaremos a te malhar no sábado de Aleluia. Nada pessoal.

Viva o Paulo Vanzolini!

Temperatura agradável em Goodwater. Tudo prestes a ficar justo e perfeito, não sem antes eu registrar alguns pensamentos que devem ser lembrados por mim. Sinto o cheiro que a dama-da-noite me oferece. A dama-da-noite que plantei e que até sombra dá, além do cheiro bom. As palavras cruzadas coquetel davam a dica: cheiro (erud., poét.), 4 letras: daí vc escrevia: olor. A dama-da-noite exala um olor agradável, enfim.
Café com a pessoa certa. Um advogado que será ainda muito conhecido. "Patrono da parte ex adversa", como dizemos nós, os erud. das palavras cruzadas coquetel. Meu processo mais antigo em andamento, talvez, atuo há uns doze anos. Éramos cordiais, viramos amigos, rompi a amizade, voltei a amizade, tomamos o café de hoje, após a audiência, vou renunciar ao mandato e o processo prosseguirá. E esse cara, yungiano, no café, me deu uns chacoalha na mente, que me farão bem.
To com vontade de dizer à Joice que achei legal saber que ela é ruiva "de nascença" e daí percebo a falta de foco. Volta.
A temperatura está muito agradável em goodwater.
Corri na esteira de uma maneira que me deixa orgulhoso e confiante. Se já sei que correrei meus 10 km, o que me impede de tentar a São Silvestre?
Desisto do foco.
Desisto de registrar os pensamentos que deveria lembrar.
Até esqueci quais são, pra te falar a verdade.
Então,
Eu fico com o sentimento.
Eu sinto que as coisas estão evoluindo bem.
Sinto muita saudade de vc, Alê, mas vc não lê isso aqui. Até por isso eu escrevo, acho.
E dizer que sinto saudade da Alê me faz perceber que estou evoluindo bem, junto com as coisas.
Corri hoje.
E fiz a audiência monstra.
E vou renunciar ao mandato.
E estou com muita saudade de vc tbm, pai.
Especialmente nesses dias, sei lá eu por quê.
E agora vou ler meu trabalho sobre as sephirot.
E todas as minhas frases começando com um E, assim, te dá uma idéia de como têm sido meus pensamentos.
Ainda que eu queira registrar, agora, os sentimentos
E, antes deles, as sensações
Como o olor que exala a dama-da-noite que plantei.
Pessoas que estão chegando em minha vida, tenham paciência comigo.
Pessoas que já estão há muito tempo, mais paciência ainda.
Estou deixando de ser o carinha legal
Pra ser eu mesmo, legal ou não.
Pra vcs que disseram que fui arrogante e malcriado
Eu não queria ter sido
Eu não percebi ter sido
Mas, se fui, má notícia: não remoo mais essas coisas.
Sei dizer que vou a Porto Alegre, tchau, i have to go now.
O que te dá uma prévia do que vem sendo minha vida: kleiton & kledir & jammil & uma noites.
E, uma vez mais, o tempo andou mais depressa do que eu queria
E vou jantar rapidamente
Pra ler meu trabalho
E voltar feliz e satisfeito.
Três vezes tchau
Pq
Afinal
I have to go now.
****
Updating: temperatura ainda mais agradável em GoodWater. Eu deveria estar dormindo, para ter tido um sono reparador no ontem à noite de amanhã, de modo a produzir bastante no trabalho e minimizar o risco de dormir ao volante na estrada. Mas sou eu. Eu faço as coisas de uma maneira errada. E cá estou, enrolando, até ir dormir daqui a pouquinho.
A dama-da-noite já foi dormir. Avisou que olor, só no hoje de amanhã à noite.
Eu vou offlinizar mais um pouco a minha vida, é o que pretendo sem querer, por ser necessário.
E assim vamos nós.
Até amanhã
Com coca-zero na goela
E água na nuca.
Na esperança de o hoje de hoje ter sido o último dia que deixei as coisas acontecerem
Assim
Desorganizadamente.
Como diria meu amigo yungiano, patrono da parte ex adversa,
Não é hora para indecisões.

"Onde as ruas não têm nome", eu fincarei minha bandeira. Não para me fazer dono, mas para que todos aqueles que vierem saibam que eu simplesmente escolhi pertencer àquele lugar, onde as ruas não têm nome. Não me preocuparei com a solidão. Minha bandeira será branca, pois no branco da bandeira estarão contidos os símbolos magníficos que me fazem a cabeça e me compõem a história. E assim será. Eu chegarei ao lugar, onde as ruas não têm nome, e construirei com as minhas próprias mãos a minha morada. Ela vai me proteger do frio, do calor, da chuva, dos animais. Haverá água perto da minha morada, abundante e calma. Lá estarão os peixes que me alimentarão, onde as ruas não têm nome. As árvores me darão os frutos e a sombra e abrigarão os pássaros que compartilharão comigo a minha nova existência. Nesse lugar, eu me afastarei dos sentimentos ruins que percebo em algumas das pessoas com quem tenho que conviver. Levarei comigo a lembrança dos sentimentos bons de todas as outras cuja companhia me é essencial. Onde as ruas não têm nome eu me certificarei finalmente de que tudo o que está acima está embaixo e tudo que está embaixo está em cima. Haverá, para ilustrar isso, uma providencial caverna, bem próxima à minha morada, onde acenderei umas Luzes. Lá estarei seguro, onde as ruas não têm nome. A minha serenidade permitirá receber muitos ensinamentos, que pretenderei transmitir, assim que chegarem as demais pessoas. E dentre todas elas, eu saberei, com uma convicção alegre e despreocupada, que é você, você a pessoa com quem compartilharei os dias que virão. Lá, onde as ruas não têm nome. Lá, bem no interior de mim.