quarta-feira, setembro 22, 2010

Judas

Calma, não vou xingar ninguém.
E também não vou comprar o livro Judas, O Bem-Amado, agora. Mas é óbvio que vou lê-lo ainda.
Explico.
Nunca vi sentido no lance da traição de Judas. Em todas as parábolas, nos mitos, e tal, vc pode não ver sentido literal, mas vc consegue ir pela metáfora. A única (ou uma das únicas) que não batia era Judas ser o traidor infame.
Porque a gente sabe que, pro cristianismo e até pro catolicismo, tudo que vem de Deus é bom. O mal, por outro lado, viria do homem e da sua imperfeição. Mas a morte e ressurreição de Jesus não veio do homem, foi um plano de Deus. Então, o ato de Judas seria obrigatoriamente parte do plano.
E Deus não sacanearia tanto assim uma pessoa, incitando-a ao maior pecado de todos os tempos, só para servir de exemplo contrário, de como não-ser. Simplesmente não bate.
Eu detesto pensar em cima de resenhas, mas, como disse, não vou ler nem a pau esse livro agora, e vou ler com certeza daqui a um tempo. Mas pela resenha, já vi que, a partir dos fragmentos encontrados no deserto, Jesus teria determinado a Judas que revelasse onde Ele estaria. Talvez tenha sido o segundo pior sacrifício, em nome do que precisava ser feito.
Tudo faz sentido, então.
Mas, desculpa aí, Judas, tradição é tradição e, pelas balinhas na cabeça de pano, continuaremos a te malhar no sábado de Aleluia. Nada pessoal.