sexta-feira, outubro 27, 2006

Eu? O que eu quero é afastar os cabelos que lhe vão à frente, pra te ver sorrir melhor. Eu quero que o tempo se transforme naquela do pearl jam e que usufruamos. Eu quero te ver segurar a xícara de chá sem usar a asa, vestida numa blusa de malha e que a vida pare assim. O melhor a fazermos é, acredita, vivenciar em cada segundo todas as coisas que nele couberem, do jeito que elas somos. Pressionar a almofada dos seus lábios e também ler muitos livros. Deixar a chuva escorrer. Entreolhar o sol que te rodeia, o suficiente pra enxergar sem arder a vista. Comer muitas comidas bem feitas. Beber toda a água do mundo, inclusive você (se eu deleto algumas palavras daqui, construo um espantalho de poesia. Quem sabe assim alguns corvos me esqueçam). Proteger teu corpo e teu semblante com a minha honra e alguns golpes que vamos todos aprendendo. Andar de pés na terra vermelha, deslizando para as pegadas parecerem as de um gigante. Apequenar-se diante de um filme bom, tentar no abraço que os corpos sejam um. Conseguir. Dar um pinote pelo atraso e voltar dizendo foda-se. Cumprir todas as metas, descobrir sua natureza, jogar as outras tantas no recipiente adequado, muitas serão recicladas e assim construiremos uma manhã mais macia. Aceitar as pipocas, as dores e os refrigerantes. Rir das rugas e acordar no além, esperando a volta. Pedir a Deus ser seu pra sempre. E efetivamente sê-lo.

domingo, outubro 15, 2006

O corintians é pífio.

terça-feira, outubro 10, 2006

sabrina sem bigodes

O que se pode fazer quando um pensamento da sabrina sato te faz mais sentido que uma obra inteira de um filósofo consagrado do século XIII? Inteligência, tenho lido, no XXI, é selecionar a informação. Se a sabrina sato tivesse bigodes no século XIII e pudesse ter veiculado a sua declaração, como de fato veiculou semana retrasada, teria revolucionado o mundo (esqueçamos que ela provavelmente leu alguma citação na revista sobre algum livro que falava de um pensamento freudiano, o que importa é que eu sintonizei a estação e ela falou pra mim, dentre milhares de pessoas). Porque a sabrina sato, no século XIII, não seria propriamente uma austera clériga e a disseminação de sua idéia acabaria com a graça da Igreja, que insistia em sonegar a bola de capotão novinha que tinha afanado dos gregos, pra deixar a molecada da rua olhando de longe Ela brincar de gol a gol, agostinho e tomás se revezando secularmente na área com mais capim.Fato é que a sabrina sato só distinguiu pessoa, persona e personagem onze séculos depois, às vinte pra uma de uma tumultuada castelo branco. Na bibliotequinha acanhada da secretaria se apertavam mais livros do que os liberados no Renascimento, o programinha do computador talvez contasse com mais informação do que um gordo burguês da revolução francesa. Um outdoor, dentre as centenas que o Kassab vai proibir, mas que me poluíam o olho direito enquanto eu ouvia sabrina sato, já na marginal pinheiros, talvez ocupasse uma legião de cruzados pra ser erigido no meio da praça. E daí a sabrina falou o que eu estava precisando ouvir, pra me dar conta e melhorar a minha vida. Tá bom que é curto prazo, tá bom que dali a pouco eu vou e esqueço, mas é lícito dizer que sabrina sato me foi mais relevante, início de tarde desses, que o pensamento escolástico e sua bola de capotão.