quarta-feira, novembro 23, 2011

Sitinho, caxumba, tatá aeroplano e basquete astral.

Se bem que às quartas-feiras às vezes eu te ligava sem assunto. Mesmo tendo conversado segunda. Então um post assim, sem motivo aparente, pode me remeter a isso. Eu devia ter ligado todas as quartas-feiras, todas as quintas, sextas, todos os dias. Mas a gente sabe que não é assim. Eu sinto tanta saudade do teu abraço. Sabe o que cura as coisas? Where the streets have no name. É melhor que rivotril, sabia disso? Eu tomaria where the streets na veia, esquentaria a colher de sopa e tudo. Que absurdo falar isso pra vc. Mas agora vc pode ter trinta e seis também. Pode ter vinte e cinco. Pode ter quinze, como na foto do time de vôlei, vc que jogava basquete. Eu queria te ligar agora e ouvir vc falar dos teus jogos, de como foram vice-campeões paulistas, jogando contra os caras da seleção brasileira. Conta pra mim em pensamento, conta quando eu dormir. Fazia tempo que eu não chorava assim, mesmo nas cartas que escrevo pra vc, não mais. Eu tava precisando, acho. Que acho o quê, tenho certeza. Sabe o que é pior, sabe o que fica difícil até pra ação de where the streets? Não poder garantir que eu não vá persistir nos erros. E não entender direito isso. Perguntei até de regressão esses dias, vê se pode. Faço isso não. Faço nada não. Foram só umas lagriminhas, afinal. Você era ala. Eu era armador. Lembra quando o time de Atibaia era excelente, quase foi pra primeira divisão  (ou foi, não lembro bem), os caras punham a cadeira pra vc palpitar do lado do banco? O técnico da seleção estava lá (acho que foi qdo a seleção foi treinar, teve um amistoso, não lembro). Eu lembro que vc veio contar contente, depois, que o técnico apontou um baixinho que brincava com os amigos no intervalo do jogo e falou que jogava com estilo. Vc não inventava essas coisas, não dava essa moral, acho isso a melhor coisa do mundo. Porque quando vc dizia algo assim, a gente podia acreditar, de fato. Bom, se o técnico falou isso de mim, foi o suficiente pra eu jogar na NBA em pensamento por meses a fio. E vc me ajudava a marcar os nomes daquelas lendas todas no meu caderninho. Uma página pra cada time: boston celtics, chicago bulls, LA lakers, Phoenix suns... Um dos ex-leitores desse blog (não sei se ainda visita) sabotou a carreira do baixinho. Porque qdo o baixinho chegava no elefantão com sua bola de basquete, o sabotage convencia todo mundo a jogar futebol. Está na minha lista ter um garrafão em casa. Não quero meia quadra, quero um garrafão pra jogar 21 com a ale e todo mundo, inclusive o sabotage. Não vai ter gol! Vai ter um paredão pra eu aprender a jogar tênis e squash, preciso ver piso, textura, essas coisas. Vai ter um octógono!! Não, não vou lutar ufc. Nem sei se tá certo falar lutar ufc, lutar mma. Eu lutava é aikido, esqueci os movimentos... e gosto de boxe, boxe sim, não essas coisas aí! O octógono é de vidro, vou copiar a pousada de aiuruoca. Vou fazer numa montanha, perto de alguma água corrente e, se der, virada pro leste. É um aprimoramento da minha casa de vidro, talvez. Aliás, É a casa de vidro. Só que no sitinho. Eu vou fazer pintura tbm. E desenho. E vou finalmente aprender a tocar violão decentemente. Terei uma guitarra. E um pandeiro. Vou fazer aula de canto, pra eu me acompanhar sozinho, ensimesmado. Em'im'esmado. Vou aprender a surfar depois de velho. Tirar minha carta de moto. Vender o jipe pra inteirar no sitinho (onde ficará o octógono de vidro), ganhar mais dinheiro e comprar uma caminhonete em que se ponham motos e bicicletas. E filhos, pq vou ter filhos, seus netos. E eu vou ter que inventar alguma coisa sobre seus jogos, porque eu esqueço tudo, tenho aquele alzheimer de brincadeira. E sou tão hipocondríaco que tenho medo que seja verdade essa história de o cérebro ser burro e acabar pegando alzheimer mesmo, assim como uma caxumba ou resfriado. Deus, Deus, Deus, vou pegar nada não. Vou pegar é na anca dela, como cantaria meu amigo tatá aeroplano, que ficou famoso e lembra as coisas do segundo colegial. De anca na anca dela e amanhecer de cabeça dentro dela. E a vida virou isso, eu dou pause no U2 e ponho um video do Tata no youtube. Eu ando pela Paulista e me sinto dono do mundo. Eu fico triste e choro como hoje e só não vou jogar na NBA pq já tenho 36, tudo tem limites, desafortunadamente. E quando eu for praí e a gente passear abraçado, eu vou querer brincar de termos 36 anos os dois ao mesmo tempo, já que teremos ambos uns 10.572 anos e alguns meses por aí. Conta pra mim vai, existe reencarnação mesmo??? Eu tenho convicção de que existe. Mas toda vez que a reencarnação chega perto de mim, eu desacredito, que posso fazer. O manezinho é outro tatá, sabe? Safado, ele também queria jogar futebol em vez de basquete, acabei de lembrar. Dê prazer, dê fogo, dê uma nela, de carinho. De sacanagem, de sarro, de fato, dê amor, dê segurança. O tatá é muito bom. A gente vai ter 25 e jogar basquete astral. Foi agora que eu pus o título na carta. Eu faço títulos como se fossem marcadores, nunca gostei desses marcadores. Nem daqueles, do basquete, eles me davam toco pq eu era baixinho, afinal de contas. Outro leitor daqui é basqueteiro lá nos pampas, o que me fez lembrar que preciso pintar a minha pampa. Eu corria, agora vc já sabe, né? Eu baixava a aba da carroceria, pra dar mais aerodinâmica e fazia 150, 160 na Dom Pedro. É, eu era mais tonto do que sou hoje. Que coisa mais doida essa sensação boa que me dá ouvir a "Música Dê", como o próprio Tatá anuncia. Funciona como o meu jeito de pensar as coisas. Música Dê=> Tatá => Manezinho => Colegial => Arianne => Rejane => Jamil => Basquete de Atibaia => Vc na cadeira ao lado do banco, palpitando => NBA => Daniel (não vai te achando, rapaz, a remissão é pq vc disse no teu post que da próxima vez a NBA não te escapa) => Sul => Erico Verissimo => Quintana => Manoel de Barros => Tulipa Ruiz => Tatá => Música Dê.
E esse solo é muito bom.
Eu vou lá descansar, pai. Vou dormir um pouco, essa noite foi pior, só dormi quatro horas.
Vê se aparece.

4 Comments:

Blogger jurubeba said...

Partes que amei: Deus Deus Deus, a dúvida na reencarnação, filhos futuros e, é claro, where the streets. Nada melhor do que os harmônicos iniciais dessa música. Ah! Se precisar, enqto vc não entrar na aula de canto, eu entoarei a canção e vc toca a viola. Topa? Baci, caro.

10:09 PM  
Blogger Rejane Moreno said...

Encarnação existe, sim, pode confiar.. eu lembro muito mais do que gostaria e esqueço bem menos que desejaria... Ainda bem, para um cara de 36 anos, que tem planos para mais 10.000 , e fôlego para mais 200.000 páginas de puro bom texto. Ainda bem...

6:11 PM  
Blogger Madureira said...

Eu quero ser popstar, juruba. Mas vou pensar se toco a viola pra vc cantar :P.
*
Valeu, rejane!! bem-vinda!

6:58 PM  
Blogger Madureira said...

Topo haha. Mas tem que ser na praia, sem ninguém que toque melhor que eu e monopolize a viola :P

7:09 PM  

Postar um comentário

<< Home