domingo, novembro 05, 2006

A existência e a manhã atibaiense. Eu sou um português seiscentista testando a canoa enquanto acha a água fria. Eu só, não. Vc também. Tenho muita gana em saber como funcionam os parafusos do mundo, quem os aperta, quem os regula, põe óleo e tal. Nem são aquelas clássicas quem-sou-eu-da-onde-vim-etc. A menos que influam nas questões menores - o que não me parece nem um pouco - sou mais humilde, quero só saber quem manda no planeta.

Estou no meio do trabalho sobre Santo Agostinho e como tudo o que ora escrevo, de certa forma, serve pra descansar um pouquinho do abreviado S.A, deixo-o lá, transitando entre as duas cidades na outra sala, junto com Cícero e Possidônio, girando, marcando e arrebentando a roda do oleiro. Conversemos apenas sobre a cidade de cá.

Já falei aqui sobre a idéia adolescente da reunião de velhinhos gângsteres, que vemos no cinema, a partilharem o mundo, com seus interesses escusos justificados pelo dinheiro e poder. Não consigo acreditar nisso. Ainda que a sala seja bem maior, a não caber em cinema algum e os velhinhos transnacionais coisifiquem-se e distribuam-se entre (parafusadores de) mineradoras, laboratórios, armas, drogas e (termo já obsoleto) informática. Que o óleo derramado entre a engrenagem seja o monstro roxo do capital financeiro e que o combustível seja a gana de manutenção de poder.

Tá certo, tudo isso é mais real que meu cachorro que uiva e precisa de um banho. Mas não dá pra acreditar em orquestração em gabinetes ianques, nem em correspondência interembaixadas (ou dá?). Por outro lado, não pode ser só o caos que no fim se ajeita, pois os interesses são absolutamente convergentes. Assombra é a eficiência, talvez derivada da milenar experiência.

Assustei um pouco quando me falaram dia desses que, há muitos séculos, foi descoberto em alguma taberna européia, que a política não tem nada a ver com bem comum, com justiça e paz. Que é apenas tomada e manutenção de poder.

De onde se observa que, manco que sou, a ponto de terem passado já 30 anos e só agora eu enxergar claramente tal primária assertiva, estrela em roda de capoeira, muito provavelmente eu não passe além do que a Reuters e (lembrem-se que estou sentado numa cadeira em solo d’atibaia) a Veja nos deixem vislumbrar, essas filhadasmães, embalagens de sonho de valsa na vista da gente. Enjoei.

Dois consolos: a canoa talvez flutue e sempre vou poder perguntar. E perguntar. E perguntar.

***

P.S. – Preciso de duas coisas: a maneira de colocar o clima na barra do firefox e um método pra eu pensar o mundo direito. Alguém pode me ajudar, façoavor?

1 Comments:

Blogger Vica said...

É, amigo, S.A. tá te pirando o cabeção... pára de ler esses troços e vá tomar uma ceva POLAR, beeem gelada. Ahã! ;)

4:00 PM  

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