segunda-feira, setembro 18, 2006

eu pra mim essa história tá totalmente fujimori, mas já que todo mundo perguntou, lá vamos nós: quando eu dividia a república com o golb, uma bela manhã, decidimos caio schimansky e eu ir até a rua veridiana, pra aprendermos capoeira. perguntamos pelo mestre sarará e nos matriculamos no ato. Primeira aula, aprender a ginga. Mestre sarará elogiou-me e eu me achei o próprio preto véio quando moço. Segunda aula, aprender o martelo e a benção de Deus. Novo elogio, alegria pro mizinfio. Terceira aula, o drama. O primeiro passo, o beabá da capoeira. Virar estrela. Pra poder entrar na roda. Caio schimansky parecia a ursa maior e quando me dirigi ao local adequado, a triste constatação. Eu não sei virar estrela. Tenta uma, duas, setenta e três vezes e nada. Nesse momento, a academia inteira já parara seus afazeres e, quando eu me virava pra eles todos, disfarçavam, limpavam a parede, olhavam o teto, tossiam. Eu estava moralmente estraçalhado. Mestre sarará, com raiva, táca um bancão de madeira no meio do salão e fala: agora vira aí. Eu fui e não tive outra alternativa senão fazer uma estrela direitinho. Se não (úia, aula de senão/se não, salve mister gramática), era o madureira esbugalhado pelo banco. Durante todos esses anos, golb tripudia. Qualquer alusão que de longe lhe lembre a estrela, passa a desfiar seu rosário de infames anedotas. E o pior é que se estou bêbado, consigo virar estrela direitinho. Quando comecei a fazer aikid0, a sina parecia repetir-se. Faço direitinho tenkhai achi, g0h0 tankham, ihrimi tenkham, mas quando chegou no 0shir0 kaithen 0kemi, que é uma queda com rolamento, pela diagonal entre o ombro e as costelas opostas, não saía. Golb viu-se imediatamente diante de novo motivo pra me impor suas chacotas, por mais uma década. Só que aprendi a fazer 0shir0 kaithen 0kemi. E agora sou o bambambam. Se bobear, até viro estrela. Sóbrio.