sábado, setembro 09, 2006

Um esporte bom é analisar jogo de futebol. Assim, com ar de boteco, de porta de farmácia, de padaria de fim de tarde, claro.
Para o tiozão que vê a molecada praticar canyonning, rapel, skydive e quetais e fica jururu ao visualizar a proeminência da sua barriga, eis a última alternativa para um esporte de aventura: analisar um jogo de futebol antes de ele acontecer.
Amanhã tem são paulo e corintians.
Minha parcela de torcedor, proporcional à quantidade de água no organismo humano, vislumbra o amoroso travado e sendo substituído no intervalo por um leão que adora sobressair-se diante de uma novidade, o magrão palestrinamente saudoso, errando passes fáceis no meio de campo, o restante do atual elenco dando aquelas cabeçadas e exalando o usual fedor de gambá pelo estádio, desestabilizada após o primeiro gol do souza, ao final do primeiro tempo, afoita ao iniciar o segundo e desesperada pelo gol que não sai, o que abre a porta pra thiago fazer o segundo, e o rogério ceni fechar a conta, já no fim de jogo. Vê ainda o barbie-mor, o carlos alberto, ser acertadamente expulso pela tentativa de quebrar a perna do richarlysson.
Mas a parcela racional vê nessa partida a maior chance de a galinhada pôr fim aos vexaminosos quatro anos sem ganhar do tricolaço. Não é de hoje que venho dizendo ser o Leão o segundo melhor técnico em atividade no Brasil. A pior besteira da porcada foi tê-lo mandado embora no primeiro semestre. Tiveram sorte de ressuscitar a carreira do tite. Depois do telê, o leão foi o melhor técnico do são paulo e atribuo a ele, não ao cuca, a formação do atual tricampeão mundial. Gosto bastante do Muricy, desejo a sua permanência no clube, embora veja um atual desgaste com o elenco. Desde antes das finais da Libertadores. Por isso fico apreensivo no quesito técnicos, por três motivos: o treinador deles ser o meu preferido; o treinador deles ter formado o nosso time; o nosso treinador não estar numa boa fase.
Quanto aos jogadores, individual e coletivamente, somos muito superiores. A vontade será a mesma, até acabo de criar uma frase agora, vai pegar, presta bem atenção: clássico é clássico.
Ocorre que o momento favorece aos marginais sem número. Eles vêm num crescente, estão se acertando. Nós estamos decaindo. O último jogo, contra o Boca, foi a foto do que digo agora, e veio seguindo o padrão dos últimos jogos. A defesa desarrumada com a saída de Diós Lugano, Não sei por que não pagam logo a rescisória do André Dias, sobram dois terços da grana da venda de Diós. Edcarlos vai levar um tempo ainda pra ser a revelação prometida por Cilinho. Um dia escreverei a verdade sobre o Edcarlos, que foi sacrificado para compor o elenco antes do tempo.
Há uma entidade em nosso meio-campo, formada pela simbiose Mineiro-Josué, que não estará em campo, pela suspensão deste. Zidanilo, considero um desrespeito a ele ser escalado. A cada dia aumenta contra si a fúria da torcida, que não percebe que ele está jogando com a mão quebrada, o ombro deslocado e tendinite no joelho e, ainda assim se esforça. Some-se a isso o fato de termos o Pelenílson, que só joga bem se não tiver de ocupar o mesmo espaço do Danilo.
Infelizmente o poderio de nosso ataque desfez-se muito rapidamente, ainda mais com Aloísio suspenso. Aposto minhas fichas no Leandro, já que não consigo entender o futebol do Thiago sendo desperdiçado nas pontas. Quero o cara na pequena área, pra mostrar pra molecada como o Careca um dia dominou aquele pedaço. Mas ainda vai levar um tempo pra verem isso.
Sei que é isso. Mesmo a parte racional torce e, portanto, nega-se a analisar o outro time.
Parte torcedor: 3x1 tricolor. Parte racional: 2x2 (não consigo, tenho 70% de água no corpo).
Só digo uma coisa: quebrem (no bom sentido, não o machuquem, só o encham de medo) o roger.