quinta-feira, setembro 07, 2006

histórias

Sobre a História do São Paulo eu não poderia dissertar. Falta saber muita coisa e sistematizar o que já sei. Mas qual é a mesa de bar composta apenas por sãopaulinos em que essa História não parece se sentar junto, elogiar os petiscos e reclamar do colarinho do chopp com o garçom?
Nesse viés, sem dissertações, dá pra falar sim. Saúde!
Na verdade, cada tricolor tem a sua História própria do clube, mesclada com a história de um tio querido, do pai homérico (fanático é pros gambás), dos amigos da escola, da família toda (meu caso), da vontade própria, contra tudo e contra todos.
Quem tem um tio mais moço, ou um pai, ou ambos, boleiros, já teve que os esperar após o almoço de domingo pra comida assentar, antes de jogar bola com eles. O assunto na minha espera era esse, a História do São Paulo, pelo qual nomes como Pedro Rocha, Forlan, Báuer, Rui, Noronha, Gérson, Leônidas, Friedenreich, Zizinho, Chicão, Teixeirinha, Canhoteiro, Terto, De Sordi, assim mesmo, desordenadamente, tornaram-se familiares, a ponto de todos nós, de trinta pra baixo, sabermos mais ou menos o estilo de jogo de cada um, dando até pra visualizar as jogadas, com um pouquinho de imaginação.
Minha história pessoal, no entanto, começa com os grandes Valdir Peres e Chulapa. Este, aos quatro anos eu tentava a todo tempo identificar em campo e me certificava quando a bola ia pro gol. era aquele mesmo. serginho diz às vezes que é casado com o santos, mas seu primeiro namoro foi com o são paulo. ídolo. Já Valdir Peres eu identificava pelo cabelo estranho, precursora da careca e hoje pelas defesas, precursoras da linhagem que passou pelo gigante Zetti, até chegar no Rogério Ceni, sem adjetivo. Pra que adjetivo?
Ainda naquela safra, logo em seguida aprendi a valorizar a zaga. Fácil fácil, pois o objeto de estudo era composto - só - por Daryo Pereira e Oscar. Aprendi também a ver outras funções, também sem dificuldade, pois quem me apontavam na tv eram o Mário e o Zé Sérgios.
A primeira carreata que me lembro foi em 80, repetida em 81, pelos paulistas. Muitas outras vieram, até agora há pouco, no tricampeonato mundial.
Ao longo delas, como foi bom acompanhar a seleção do Cilinho... De sem-pulo vêm Gilmar, os mesmos Oscar e Daryo Pereira, Falcão, Nelsinho, Pita (autor do gol mais bonito que já vi), Müller, Silas, Careca, Sidnei.
Aí já não sei se o que vemos na infância parece maior pro resto da vida, mas eu ponho esse time no mesmo patamar das seleções do Telê, em 91 e 92.
Essa era, aliás, não cabe nesse post. Deixo pro próximo, explicando apenas porque prefiro torcer pelo São Paulo, à seleção brasileira. Por causa desta, chorei na copa de 86, de tristeza. De alegria, mesmo, só pelo tricolor. Duas vezes, justamente em 91 e em 92.
Não sei se os demais tricolores concordam que há jogadores que deveriam estar em outra época. Se pudesse, eu deslocaria Ricardo Rocha, apesar de ter ganho um brasileiro, para um pouco antes ou um pouco depois. Em uma dessas duas seleções, que falei acima. Não consigo lembrar desse zagueiro sem visualizar uma antecipação sua. Mestre.
Mesmo depois da era Telê, o tricolor conseguiu ser grande. os títulos não tiveram tanta expressão, mas grandes jogadores continuaram passando e dando alegria. França, Denilson, Serginho, Raí de volta, Luis Fabiano, Kaka etc souberam segurar a bronca, em campo, enquanto o Morumba era reformado.
Outro post que dá pra fazer é um paralelo entre as reformas do morumbi e o desempenho do time. Mas agora chega, é feriado, mas vamos trabalhar.