domingo, março 20, 2011

Mais um outono. Devo ter escrito sobre os três últimos outonos, em suas respectivas chegadas. E penso em falar alguma coisa desde sexta, quando estaria num ânimo mais apropriado para tal. Mas se não falar agora me calo para sempre, então vejamos como sai.
É a minha estação preferida.
E a órfãzinha das estações, em geral. A imensa maioria prefere o verão; outros muitos, a primavera; não pouca gente prefere o frio do inverno. A minoria prefere o outono. Talvez porque não tenhamos as folhas de maples descoloridas caindo. Ou que todas estações deem algum fruto.
Mas eu prefiro o outono.
O céu e a sensaçãozinha ardida de mistério no fim do dia são imbatíveis.
Invento celebrações. Celebrar o outono talvez funcione como eu ligar para o Alessandro todo dia 19 de abril, para desejar-lhe Feliz Dia do Índio. De preferência quando ele estiver despachando, ou entre as audiências. O Alessandro não é índio. Mas desejar-lhe feliz dia do índio virou uma importante celebração.
Pra um umbiguista, a estação remete à reflexão. Escrevo ouvindo Obama, sentindo o cheiro do jantar chegando (os dois chegam, o cheiro e o jantar), enxergando um céu nublado e late a sensação ardidinha do outono. Penso em desenvolver a ideia, mas o máximo a que posso chegar é que a sensação se assemelha muito ao pré-beijo.
E os beijos. Tenho beijado a boca certa. E saltei daquela pedra dos fiordes, ou da pedra grande, ou da pedra da bela vista. Saltei da pedra pra enfrentar, com pouca asa, o que vivem chamando de tudo ou nada. Com a intenção posta para que seja tudo.
O céu do outono é o melhor que tem pra voar.
Celebremos.

1 Comments:

Blogger O coruja said...

Acho que nem precisa desejar feliz dia do índio pra ele, um simples BUUUUUUU!!!!! do outro lado da linha já estaria de bom tamanho.

11:14 AM  

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