De pé na beira do canyon.

A fumaça de água refresca numa volta improvável de vento e forma o arco contra o sol que escalda.

É o meio de tarde de um meio de mês de um meio de ano de um meio de vida.

E vc estava em algum outro lugar, distante demais dali.

Até que o tempo passou.

E numa volta improvável eu vejo o teu sorriso de olhos e os cabelos em tranças e eu fico feliz ouvindo e ouvindo e ouvindo.

Vc me fala de um passado bem mais passado do que podia imaginar e tudo é.

É hoje à noite, madrugada, antes do lugar-comum, antes, por sua vez, de outro lugar-comum, que é a certeza da perfeição.

Ouço Rush, moça, e devia ter te levado ao show.

Devia tanta coisa.

E nada devo.

Está tudo certo na ordem natural... como é mesmo?

Me ensina mais.

Me ensina com esse sorriso de olhos, nem precisa dizer muito.

Me ensina com esses gestos circulares de mãos elegantes segurando o cigarro.

Me ensina em silêncio.

(me pega pra vc).

E todas as nossas verdades rirão e rirão.

Abraçadas a nossos receios e nossas convicções.

Experience slips away.

O fato é um só, moça,

I'm not looking back but I want to look around me now.

E é isso.

Uma coisa te digo, escuta bem:

O primeiro lugar-comum despediu-se essa noite.

Pode escrever.

O segundo nos acompanhará.

... é perfeito. Sempre.

E pode escrever.

De pé na beira do morro, Dois Irmãos emolduram o sol e a praia perfeita. Vc estaria lá, meses depois ou antes.

Naquele momento estava bem, bem distante.

E hoje numa volta improvável vc está aqui.

Esteja, moça, sempre aqui.

E aceita esse convite.

100 fichas.

Hojes.