A Borboleta Azul
Não vem mais a borboleta azul.
Chegava, terna,
No ramo em flor.
Esvoaçante.
Passava a janela,
Cumprimentando os cantos.
Pousava, displicente,
No retrato de meu pai.
Meu pai morreu,
Minha mãe, também.
Lá fora, o homem
Explodiu o mundo.
Não há mais a casa,
Nem o ramo em flor.
A borboleta azul não pode,
E não tem
Porque voltar.
Chegava, terna,
No ramo em flor.
Esvoaçante.
Passava a janela,
Cumprimentando os cantos.
Pousava, displicente,
No retrato de meu pai.
Meu pai morreu,
Minha mãe, também.
Lá fora, o homem
Explodiu o mundo.
Não há mais a casa,
Nem o ramo em flor.
A borboleta azul não pode,
E não tem
Porque voltar.
Nelson Galvão de França - 1937 - 2007.
3 Comments:
Pobre borboleta.
Bonito isso.
Mestre.
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