quarta-feira, janeiro 23, 2008

Cacemo-las.


Do pouco que me lembro da aula colegial de literatura, tem uma informação que dá conta ser o romantismo caracterizado pela vinculação constante do exterior, como clima, paisagem, cores, com o estado psicológico do autor.
Asi que soy romántico. Mas acho que só nesse aspecto, constato.
Alie-se tal qualidade à já conhecida falta de suficiente conhecimento técnico sobre a sétima arte e tem-se que os filmes de que gosto são os que se misturam de alguma (ou muitas) forma(s) à minha vida.
No entanto, uma cena vista hoje, mesmo por um nulo na arte como eu, tem uma beleza que me obriga a tentar descrevê-la: vê-se um menininho largar a pipa enquanto o outro a empina, a pipa sobe e a câmera acompanha, de frente, até um ponto em que muda bem rápido a tomada e já se vê a pipa de cima, com a cidade toda embaixo dela. Isso junto com a música que tava tocando na hora deu um negócio forte e bom em mim.
Um dos muitos negócios bons, negócios meio bons, negócios bons mas que quase me fizeram sair da sala (vou contar, vai: quem quiser saber como era meu pai, repare no pai do ator principal. O foda foi que a semelhança foi aumentando, aumentando, até o final da participação dele. Aí meu, até a miseme ficou preocupada comigo. Mas depois passou). Negócios que eu não devo contar aqui, pra não perder a graça, mas digo que é um filme cheio de detalhes, de nuances, que vai me fazer fatalmente ler o livro, assim que terminar o amor nos tempos... que já tá na metade.
Algo sempre bom de ver, e que hoje estava explícito, é a segunda chance, o fato de que "há uma forma de voltar a ser bom". Isso existe, é real, no Afeganistão ou na Vila Mariana. E dá alento.
Fora isso, a guerra. A guerra me faz ter um medo estranho. Um medo, penso, do que já vivi, eu que acredito em vidas passadas e presentes e futuras. Um medo do que devo ter sofrido, do que devo ter feito sofrer. E uma sensação de curiosidade sobre o que cada um de nós faria, na hora do "vamo ver". Sou um cara pacato, mas sei que nessa hora eu seria como o pai do cara. Pq na minha veia corre o sangue misturado de dois homens que pegaram a vida à unha, tiraram-na pra dançar e bailaram o quanto puderam. É assim que eu quero ser e serei e, de certa forma, já estou sendo. Mas vamos potencializar isso, certo, pipa que vela por mim no ar? Saudades de vcs dois, sempre.

4 Comments:

Blogger Dani said...

Não vi o filme ainda, mas eu li o livro. Foi o melhor livro que li nos últimos tempos. Eu nunca tinha chorado em livro nenhum, mas chorei lendo "O Caçador de Pipas". Apesar disso, vale a pena ler. é mto bom mesmo.
Beijos

11:21 AM  
Blogger Madureira said...

eba, será o próximo a ser lido. mas assiste sim, daquele jeito, espírito aberto, é um filmaço.

9:11 PM  
Blogger Daniel said...

Dessa vez vou ler o livro antes, assim que meu pai desocupar a moita.

9:39 AM  
Blogger Madureira said...

estou na página 1.

10:44 AM  

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