segunda-feira, abril 06, 2009

Simples.

Esses montes de prédio e asfalto aqui é o meu sitião. Meu carro totalflex é o meu cavalo. Esse note e essas estantes de livro são a minha enxada, minha foice, meu facão. Esses contratos todos online, essas senhas criptografadas, esses protocolos enviados por sms são o meu arame farpado, os meus mourões. As secretárias, as estagiárias, os colegas, são todos os capatazes como eu. Os prazos são as horas certas, de arar, de plantar, de molhar, de colher. Esses ternos riscas de giz, esses sapatos de pelica são as calças rancheiras, são as botinas. A caneta é meu canivete; o teclado, o meu pito; os posts o meu matutar. Séries de tv a cabo são as lendas contadas pelo meu avô. Ades e Dan'up, a água que corre no riacho, o derivador do chuveiro é a taquara que implantei na bica. O relógio é a sombra do sol na ponta da capela. E todas as músicas downlodeadas são as modas que minha viola entoa. Eu sou daqui, eu sou de lá. Na vida, quatro pessoas. Por essas eu olho, eu zelo, eu cuido e vivo e morro, se preciso for. Por uma saudade imorredoura, eu rezo e agradeço. Sobre tudo isso, o mesmo céu de outono da metrópole e do meu sítio, que se repete graças a Quem está sobre ele, Nosso Senhor, amém.

2 Comments:

Blogger Daniel said...

enter!
quer dizer, amém!

8:55 PM  
Blogger Madureira said...

ié, iú góret.

11:37 PM  

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