quinta-feira, março 06, 2008

Qualquer novembro desses

Ouvirei o ruflar de asas

Que me erguerão para o Eterno

Cavalgarei os ventos

Com a brida da chuva

Que me levarão a rodopiar e rodopiar

Numa ciranda alegre , correndo todos os mundos

Carregarei na garupa

As minhas lembranças e as minhas cantigas

E os meus quatro rostos queridos

Abraçarei o sol e beijarei a lua

Dançarei sozinho na amplidão dos ares

Iluminado no esplendor de todas as cores do arco-íris

Embriagado das gotas de orvalho com o escurecer

Depois, deitarei nas nuvens

Aninharei meu corpo no regaço do amor

Me cobrirei com o manto da noite estrelada

E dormirei sem sonhar, sem sentir

Para sempre,

Em paz.

Nelson Galvão de França, 1937-2007

1 Comments:

Blogger Daniel said...

Mestre.

Tá no sangue.

12:56 AM  

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